POLÍTICA
Bocalom já havia demonstrado no discurso de abertura indisposição com Gladson
Responsável por inaugurar as falas na cerimônia de entrega de títulos de títulos de propriedade rural a assentados do Incra pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira (18), na Arena na Floresta, o anfitrião Tião Bocalom, prefeito de Rio Branco, já deixou transparecer no discurso de abertura que o clima entre ele e o governador Gladson Cameli não era bom.
Durante o tempo de um minuto e quarenta e oito segundos de sua fala, o prefeito não citou o governador, que é seu colega de partido, em nenhum momento. Não é possível, no entanto, saber se o gestor municipal deixou passar essa impressão motivado pelas vaias que começou a receber assim que chegou ao púlpito ou se já tinha a intenção de não mencionar Cameli.
Bocalom agradeceu a presença de Bolsonaro no estado registrando a presença de prefeitos e de outras autoridades, dando destaque para o senador Márcio Bittar, para os deputados federais Alan Rick e Vanda Milani, aos senadores Sérgio Petecão e Mailza Gomes. Ele ainda citou toda a bancada de deputados federais, mas não reservou nenhum espaço para aludir ao governante maior do estado, que estava sentado a poucos metros dele.
O que se seguiu foi o que toda a imprensa acreana já repercutiu. Um episódio de desinteligência envolvendo duas das principais figuras políticas do estado na atualidade perante o presidente da República. O fato oferece uma demonstração do que ocorre nos bastidores da política acreana a cerca de sete meses das próximas eleições, em 2 de outubro, ao mesmo tempo em que antecipa o nível de disputa que se aproxima.
O presidente Jair Bolsonaro, chegou a olhar espantado para o que estava acontecendo, mas não se manifestou sobre o ocorrido no evento. Em seu discurso, o chefe do Executivo federal agradeceu o apoio da população ao governo e disse que em apenas três anos de mandato, já “superou em muito” tudo o que foi feito pelas gestões passadas do Partido dos Trabalhadores, destacando que os petistas passaram vinte anos no poder no estado.