Bolsonaro deve se submeter a novo procedimento cirúrgico na segunda-feira para tratar soluços persistentes

SÃO PAULO — Os médicos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciaram neste sábado (27/12) que ele enfrentará outro procedimento na segunda-feira (29/12), dependendo da resposta ao tratamento realizado na tarde do mesmo dia para conter uma crise de soluços prolongada. A intervenção ocorreu dois dias após uma cirurgia de correção de hérnias, realizada no Natal (25/12).

Na madrugada de sábado, Bolsonaro apresentou soluços intensos que o impediram de dormir — motivo pelo qual os médicos decidiram por um bloqueio anestésico do nervo frênico direito, sob sedação, sem intercorrências. A informação foi divulgada nas redes sociais pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que pediu orações: “Já são nove meses de luta e de angústia com soluços diários”, escreveu ela, informando cerca de 35 minutos depois que a cirurgia havia sido concluída.

O filho e vereador Jair Renan Bolsonaro (PL) também comentou na internet, relatando que foi impedido de acompanhar o pai ao centro cirúrgico: “É muita maldade impedir um filho de estar ao lado do próprio pai em um momento tão crítico. No lugar do carinho da família, dois policiais armados estão acompanhando meu pai”.

Em boletim médico, a equipe composta por Cláudio Birolini (cirurgião), Brasil Caiado (cardiologista) e Mateus Saldanha (radiologista) explicou que a resposta de Bolsonaro aos medicamentos não foi esperada. O bloqueio do nervo frênico esquerdo está programado para as próximas 48 horas (segunda-feira), e o ex-presidente seguirá com fisioterapia, medidas de prevenção de trombose e acompanhamento clínico contínuo.

A necessidade do procedimento foi confirmada em uma perícia da Polícia Federal, que considerou o bloqueio “tecnicamente pertinente” e de realização “o mais breve possível”, devido à refratariedade aos tratamentos anteriores, piora do sono e alimentação, além do risco de complicações na hérnia por aumento da pressão intra-abdominal.