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POLÍTICA

Bolsonaro está ‘devastado psicologicamente’, afirma Carlos após visita ao pai preso por violar tornozeleira

Publicado em

Carlos Bolsonaro visitou o pai na superintendência da PF nesta terça Foto: Reprodução/Instagram @carlosbolsonaro

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), visitou o pai na superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta terça-feira, 25. Ao sair do local, Carlos falou a jornalistas que Bolsonaro está “devastado psicologicamente” por conta de sua prisão preventiva no último sábado, 22.

Carlos criticou o fato de a visita ao pai ter sido “cronometrada” e durado apenas “30 minutos”. De acordo com o vereador, o ex-presidente está “extremamente sensível”, mas as presenças dele e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu irmão, fortaleceram o pai.

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“A saúde emocional dele já vem sendo propositalmente desgastada há muito tempo. É um processo que eu acredito que seja premeditado. Mas a gente está aqui pra fazê-lo não desistir. Eu tenho certeza que ele vai sobreviver a mais essa investida covarde que estão fazendo”, continuou.

O vereador disse ainda que o pai está se alimentando pouco, porque “não tem como você saber que não cometeu um crime e achar isso normal”.

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Nas redes sociais, Carlos Bolsonaro também falou sobre a prisão do ex-presidente e afirmou que ela representa uma ameaça crescente às liberdades individuais no Brasil. Para sustentar esse argumento, citou, em uma publicação em sua conta no X, artigos da Constituição de 1988 que garantem liberdade religiosa, liberdade de reunião e liberdade de pensamento e expressão, sugerindo que esses direitos estariam sendo violados.

O vereador pediu, ainda, que seguidores compartilhassem a mensagem diante do que ele descreve como um processo de “criminalização da liberdade”.

“O povo sangra com as covardias do regime e exige anistia. Mais presos políticos morrerão na cadeia, e há avanços para que, nesta semana, a matéria legislativa progrida no Congresso Nacional. A reunião com parlamentares do PL e membros de diversos outros partidos direciona, de forma mais coesa, o sentimento e a ordem de votação da anistia para esta semana. Que Deus abençoe o Brasil”, escreveu ao compartilhar um novo vídeo no X após a visita ao pai.

Carlos Bolsonaro voltou a classificar a prisão do pai como uma “perseguição politica” e “tortura”. “A gente tem receito disso, lógico, porque todo processo pelo qual ele passou foi extremamente viciado. A gente fica ansioso e acredito que isso seja parte do jogo deles, essa criação de uma ansiedade e de um inquietação psicológica para que algo aconteça”.

“A imprensa falou que visivelmente Bolsonaro estava sob efeito de algo que parecia não ser uma situação normal. Se ele quisesse fugir, acho que ele iria (tentar violar) a correia, não a caixa. Então isso prova, mais uma vez, que não houve tentativa de fuga”, concluiu.

Prisão de Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) violou a tornozeleira eletrônica que usava em prisão domiciliar por volta da 0h08 deste sábado, 22, segundo informado pelo Centro de Integrado de Monitoração Integrada do Distrito Federal, da Polícia Federal, ao Supremo Tribunal Federal (STF). A informação consta na decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes que autorizou a prisão preventiva do ex-presidente como medida cautelar.

A violação “constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, segundo Moraes. A manifestação em questão refere-se à vigília anunciada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), prevista para começar às 19h deste sábado, em frente ao condomínio do pai.

Para Moraes, a convocação estaria “disfarçada de ‘vigília'”, mas na verdade indicaria “a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu, no sentido da utilização de manifestações populares criminosas, com o objetivo de conseguir vantagens pessoais”.

Prisão preventiva

Bolsonaro foi preso preventivamente neste sábado, 22, em Brasília (DF), pela Polícia Federal. A prisão é uma medida cautelar. Ou seja, ainda não se trata do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão à qual foi condenado no julgamento da trama golpista.

O ex-presidente, que já estava em prisão domiciliar, foi levado à sede da PF. Ele ficará em uma sala de Estado, espaço reservado para figuras do alto escalão da política. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Michel Temer também ficaram detidos em salas da Polícia Federal.

O que diz a defesa de Bolsonaro?

Em nota, a defesa afirmou que a prisão preventiva “pode colocar sua vida em risco” por causa de seu estado de saúde e disseram que irão apresentar recurso contra a decisão. Os advogados dizem que “causa profunda perplexidade” a motivação da prisão por causa da convocação de uma vigília de orações na casa do ex-presidente.

Eles também rebateram a suspeita de risco de fuga citada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e afirmam que ele estava sendo monitorado por policiais e foi detido com sua tornozeleira eletrônica.

Veja o comunicado na íntegra:

“A prisão preventiva do ex-Presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em  uma vigília de orações. A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a  “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o  fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível.”

 

 

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