Bolsonaro vai se calar, mas Michelle nos conduzirá, diz Damares

A senadora Damares Alves (Republicanos) visitou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nesta sexta-feira, 18, poucas horas depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a congressista, a família foi vítima de “perseguição” e “constrangimento” na manhã desta sexta-feira, durante a abordagem pela Polícia Federal (PF), que cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do ex-chefe do Executivo brasileiro.

“O nosso líder vai se silenciar por algum momento, por uma imposição da Suprema Corte, mas nós somos milhões de Bolsonaros. O que fizeram com a esposa de Bolsonaro? Se era apenas para conduzir, para colocar uma tornozeleira, por que entraram na casa fortemente armados? E por que forjaram, dentro da casa dele, uma situação de tamanho constrangimento para uma mulher de pijama?”, disse em coletiva de imprensa com líderes da oposição.

Entre as medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes ao ex-presidente, está o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, Bolsonaro também está proibido de conversar com o filho Eduardo e de usar as redes sociais.

Damares Alves foi ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no governo Bolsonaro. Além de ser aliada política da família, ela é amiga pessoal de Michelle.

“Da humilhação nasceu uma grande líder. Bolsonaro vai se calar, e quem vai nos conduzir neste momento é a maior líder da oposição, a maior líder da nação conservadora. Nós vamos nos unir em solidariedade a uma dona de casa que se tornou a maior líder dessa nação. O dia de hoje, que era para ser um dia de humilhação e de dor, foi o dia em que a nação viu parir a maior líder que essa nação vai ter”, declarou a senadora.

As ordens judiciais foram cumpridas na residência de Bolsonaro, em Brasília, e na sede do PL, legenda do ex-presidente. Todos os mandados foram ordenados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Confira as medidas restritivas impostas a Bolsonaro:

Uso de tornozeleira eletrônica;
Proibição de acessar redes sociais;
Recolhimento domiciliar de 19 horas às 7 horas todos os dias, incluindo os fins de semana;
Proibição de que o ex-presidente se comunique com embaixadores e diplomatas  estrangeiros, além de outros réus e investigados pelo STF.

Durante as buscas na casa de Bolsonaro, foram encontrados cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil. Os valores encontrados em dinheiro vivo não representam necessariamente um delito. No entanto, os policiais deverão apurar se a quantia seria utilizada para eventual crime.

Ao determinar a aplicação de medidas cautelares contra o ex-chefe do Executivo brasileiro, Moraes citou os crimes de:

coação no curso do processo,
obstrução da Justiça
e ataque à soberania nacional.
Somadas, as penas podem chegar até 20 anos de prisão.