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POLÍTICA

Campos Neto vê inflação maior nos EUA com eleição e nega intervenção imediata no dólar

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 O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que as promessas feitas pelos candidatos presidenciais podem ser vistas como “elementos estruturais” capazes de elevar a previsão de inflação e de juros nos Estados Unidos, ainda que não signifiquem garantia de serem cumpridas. Isso por conta de “um fiscal relativamente frouxo” com os gastos públicos”.

A disputa será em 5 de novembro e está entre a atual vice-presidente, Kamala Harris (Democrata), e Donald Trump (Republicanos).

“Primeiro, quando a gente olha a eleição americana, as campanhas da eleição americana e o que tem sido dito pelos candidatos, a gente tem basicamente um conjunto de políticas que leva a crer que a inflação americana vai ser mais alta”, disse em audiência na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (13).

Campos Neto ressaltou que “promessas de campanha nem sempre são realizadas, mas o que isso pode significar é uma dificuldade maior dos Estados Unidos a trabalhar com uma inflação bem mais baixa e, consequentemente, ter uns juros muito parecido com o que tinha antes da pandemia”, completou.

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“Independente se é democrata ou republicano, a gente tem esse elemento em comum, a gente tem um tema de imposto de importação de tarifas, que também está sendo ventilado por todos os lados e política de anti-imigração, de limitar a imigração”, listou como outros fatores de influência.

Campos Neto também demonstrou preocupação com a defesa dos EUA em aumentar o imposto de importação para proteger a indústria nacional. Essa medida, de acordo com o presidente do BC, pode ter impacto no Brasil. Ele explicou que a ação pode gerar “uma queda de crescimento relativamente grande na China e isso afeta muito o mundo emergente e vai afetar bastante o Brasil também”.

“Então, aqui é um tema que a gente está falando, e, de novo, é um tema de campanha nos EUA dos dois lados e os dois lados têm dito que vão atuar em relação ao que acontece na China, e a China tem um modelo que hoje virou um modelo de exportação que é concentrado em muitas coisas, como baterias, mas muito ligado em eletrificação”, acrescentou.

Dólar

Frente a alta do dólar e desvalorização do real, Campos Neto disse que o BC só fará intervenção no mercado de câmbio se precisar – situação não identificada até o momento. “Toda vez que o mercado está nervoso, discutimos se vamos fazer intervenção. O BC tem muita reserva e fará intervenção se for preciso. O diretor principal que cuida do câmbio [Gabriel Galípolo] foi indicado pelo governo. Conversamos muito, com outros diretores também, não é uma decisão só do presidente”, afirmou.

Ele informou ainda que o Brasil tem “muita reserva” da moeda americana. Em 2 de agosto, o BC tinha US$ 366,356 bilhões em reservas internacionais, mais do que os US$ 355,034 bilhões registrados no fim do ano passado. De acordo com ele, o câmbio flutuante serve para absorver choques e uma intervenção equivocada no câmbio poderia piorar variáveis como a taxa longa de juros.

“Nesses momentos de estresse, discutimos fazer intervenção? O tempo todo estamos discutindo. Alguns dias ficamos olhando no dia a dia o que poderíamos fazer de melhor, olhando outras variáveis. É uma decisão do colegiado, que hoje tem quatro diretores que foram indicados pelo governo atual, que são muito bons e técnicos. Não houve decisão de intervir no câmbio”, finalizou.

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