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RIO BRANCO
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POLÍTICA

Cassado, Eduardo Bolsonaro mantém (ainda) os direitos políticos

Publicado em

Reprodução/ Agência Câmara Eduardo Bolsonaro (PL) e Alexandre Ramagem

A Câmara dos Deputados decidiu nesta quinta-feira (18) que se um parlamentar se muda para o Texas, nos Estados Unidos, e deixa de bater cartão durante nove meses ele pode, sim, perder o mandato. Foi o que aconteceu com Eduardo Bolsonaro, que passou os últimos dez meses conspirando contra o Brasil sem perder os benefícios do cargo ou os assessores, que seguiam (não) trabalhando normalmente em seu antigo gabinete.

A farra acabou quando estourou o limite de faltas. Os opositores não precisam estourar o champanhe. O deputado, um dos mais virulentos que já cruzou os corredores do Congresso, manteve os direitos políticos e pode se candidatar, e se eleger novamente, no ano que vem. Isso caso decida voltar ao Brasil e enfrentar de peito aberto o processo que corre contra ele no Supremo Tribunal Federal por tramar contra autoridades brasileiras, inclusive do STF, durante sua incursão até então remunerada no Eixo Texas-Washington.

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Por aqui, não fará falta nenhuma. Em dez anos, ele aprovou um total de três projetos de sua autoria. Um deles foi a instituição do Dia Nacional da Pessoa com Atrofia Muscular Espinhal. Outro, a lei que autoriza o uso de fosfoetanolamina sintética, uma substância cuja eficácia não é comprovada nem autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por pacientes com neoplasia maligna.

Outro projeto foi a resolução que instituiu o Grupo Parlamentar Brasil-Bahrein.

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Com um histórico parlamentar tão profícuo, dá para entender por que não têm nenhum eleitor na rua chorando ou protestando contra a decisão.

No mesmo dia, Hugo Motta (Republicanos-PB) decretou a perda de mandato de Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin condenado a 16 anos de prisão de detenção por participação na trama golpista e que fugiu para os Estados Unidos para escapar da cana.

O presidente da Câmara tentou esticar a corda como pode, com base em um entendimento segundo o qual quando um deputado é condenado pela Justiça cabem aos pares decidirem se ele deve ou não perder o mandato.

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Motta tentou sair pela tangente no caso Carla Zambelli (PL-SP), que também se escafedeu para escapar da prisão – neste caso, para a Itália. Motta mandou o caso ao plenário e o plenário decidiu que ela deveria manter o mandato – era mais um teste de autoproteção para futuros processos do que uma empatia repentina pela deputada condenada por mandar o hacker Walter Delgatti Netto invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça e mandar prender Alexandre de Moraes.

O próprio Moraes botou o pé na porta e cassou a decisão da Câmara.

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Motta ficou ainda mais desmoralizado e desistiu de dobrar a aposta para salvar, com Ramagem, o discurso de que o criminoso é da Câmara e a Cãmara é que decide se ele fica de castigo ou não.

Ramagem perdeu, assim, o mandato e terá de dar seus pulos para se bancar agora nos Estados Unidos.

Dessa maneira termina a saga da bancada dos foragidos, composta por um trio que fez que fez e seguiu rindo da cara de quem pagava a fuga e a brincadeira.

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Antes tarde do que mais tarda ainda, a Mesa Diretora deu um basta na conversa. Não fez mais do que a obrigação.

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