POLÍTICA
Chance de eleição ser decidida no 1º turno está aumentando, diz diretor do Ipespe
O cientista político e diretor do Ipespe, Antonio Lavareda, afirmou, em entrevista à CNN, que a eleição presidencial deste ano pode ser decidida no primeiro turno.
No levantamento divulgado pelo instituto nesta sexta-feira (27), Lula aparece com 45% das intenções de voto, enquanto Jair Bolsonaro tem 34%.
“Podemos dizer que não é certo, mas cada vez a possibilidade da eleição ser decidida em 2 de outubro vai adquirindo maior probabilidade”, disse Lavareda.
Segundo o diretor do Ipespe, essa possibilidade se manifesta no número de eleitores decididos em quem votar no pleito.
“Pela primeira vez temos, a quatro meses da eleição, um volume tão elevado de votos decididos. Sete entre cada dez eleitores dizem que já tem um candidato, mesmo antes da campanha começar efetivamente”, pontuou o cientista político.
Lavareda destacou ainda que o número de eleitores que declaram voto nos líderes da intenção de votos vem crescendo.
“Somando quem declara que votará no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no presidente Jair Bolsonaro, chega-se a 79% dos pesquisados, enquanto os demais candidatos somados chegam a apenas 16%”, avalia.
Lavareda cita ainda que esses números vêm evoluindo em direção à polarização da disputa presidencial.
“A eleição vai assistindo a um processo de consolidação das preferências dos eleitores e deixando cada vez um espaço mais restrito para o que se convencionou chamar de um projeto de terceira via”, afirma.
Avaliação do governo Bolsonaro
A pesquisa divulgada nesta sexta-feira trata também da aprovação da gestão de Bolsonaro frente ao país. Os que consideram o governo ruim ou péssimo correspondem a 60% dos entrevistados. Outros 50% avaliam a gestão do Governo Federal durante a pandemia de Covid-19 como ruim ou péssima.
Para Lavareda, esses números, associados à percepção de 62% do eleitorado de que a economia do país é mal gerida, indicam que o caminho para reeleição de Bolsonaro é difícil.
“Seria necessária uma mudança significativa desses parâmetros para que o presidente possa ter uma chance real de vir a ser reconduzido ao Palácio do Planalto”, afirma, com a ressalva de que “é óbvio que o pleito não vai se dar hoje, a eleição é a pouco mais de 120 dias à frente.”