“A ideia é separar alguns quadros para ficarem exclusivamente nessa função da CPMI. Foi um tiro no pé para a narrativa deles nas redes sociais. O Anderson Torres é a ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro”, destacou Lindbergh. O parlamentar avalia que o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF será um dos nomes convocados para depor no colegiado.
A CPMI será formada por 32 titulares, sendo 16 deputados e 16 senadores. No Senado, Lindbergh adianta que o cálculo do governo é ocupar entre 10 e 11 cadeiras. Na Câmara, o cálculo é mais disperso, porque a base governista ainda não está bem definida. A estratégia é usar as lideranças dos dois grandes blocos parlamentares da Casa Baixa para indicar nomes mais favoráveis ao governo.
O maior bloco da Câmara é formado por 173 deputados de partidos de esquerda e de centro, com liderança de Felipe Carreras (PSB). A expectativa é de que a liderança indique pelo menos cinco nomes distantes da pauta bolsonarista.
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O segundo bloco tem 143 parlamentares, sendo formado também por partidos da base, junto com alguns independentes e de oposição. O líder é Fábio Macedo (Podemos-MA), nome também de perfil governista.
“A Presidência da CPMI será do bloco governista, assim como o relator. Essa história de que o autor do pedido de CPI se torna presidente ou relator não existe. Isso é quando há acordo. Nunca aceitaríamos que o deputado André Fernandes, que está sendo investigado pelo STF por sua atuação no dia 8/1, fosse presidente”, ressaltou Lindbergh.
O petista acrescentou que a liderança do PT estuda medidas regimentais ou jurídicas que impeçam Fernandes de participar da CPMI. Segundo os governistas, o parlamentar é parte interessada no assunto investigado e, dessa forma, não poderia deliberar sobre o inquérito.
Apoio à CPMI
A base do governo Lula no Congresso não apoiava a iniciativa dos bolsonaristas para uma CPMI sobre os atos de 8/1. Após as imagens do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, dentro do palácio do Planalto durante a invasão do prédio, as lideranças da base governista decidiram apoiar a instauração do colegiado.