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POLÍTICA

Defesa de Mauro Cid diz que áudios são “desabafo”; delator será ouvido

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Nesta quinta, VEJA revelou, em reportagem de capa, áudios exclusivos em que Mauro Cid, o ex-auxiliar de Jair Bolsonaro, dispara petardos contra os investigadores que conduzem a sua delação.

Cid diz, por exemplo, que a polícia o pressionou a relatar fatos que simplesmente não aconteceram e detalhar eventos sobre os quais não tinha conhecimento. O tenente-coronel afirmou que policiais o induziram a corroborar declarações de testemunhas e apontou um delegado que o teria constrangido a reproduzir informações específicas, sob pena de perder os benefícios do acordo. Cid também diz que suas declarações foram distorcidas, certas informações tiradas de contexto e outras convenientemente omitidas pela Polícia Federal.

Depois da divulgação das falas, a defesa de Mauro Cid, conduzida pelo advogado Cezar Bitencourt, divulgou uma nota em que afirma que Cid “em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador”.

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“Seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, diz a nota dos defensores, que ainda classifica as declarações de Cid como um “desabafo”.

“Referidos áudios, ao que parecem clandestinos, não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda, mas que, de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade”, segue a nota.

Nesta sexta, Cid será ouvido sobre os áudios por um juiz da equipe do ministro Alexandre de Moraes, a quem cabe garantir a regularidade das investigações e coibir eventuais abusos. O depoimento será às 13h, na sala de audiências do STF, presidido pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Alexandre de Moraes. Participarão da oitiva a defesa do tenente-coronel e um representante da PGR. A audiência não poderá ser acompanhada pela imprensa.

Desde a revelação dos áudios por VEJA, fontes da investigação fizeram circular a informação de que Cid poderá perder o acordo de delação em função das críticas que fez.

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