POLÍTICA
Deputada teve casa inundada por chuvas e diz que perdeu tudo: ‘Cenário que a gente nunca viu’
A casa da deputada federal Franciane Bayer (Republicanos-RS) foi inundada pelas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada. Na sexta-feira, 3, a parlamentar saiu de sua residência em Canoas, acompanhada pelo marido, filhos e animais de estimação. No entanto, no mesmo dia, o local foi invadido pelas águas, que alcançaram o nível do telhado, resultando na perda total de todos os seus pertences.
Em seguida, ela e a família foram para casa da sua mãe, em Porto Alegre, localizada a cerca de 20 km de Canoas. Entretanto, na segunda-feira, 6, todos tiveram que deixar o local de barco devido à inundação causada pela água.
“É um cenário que a gente nunca viu e nunca imaginou. A gente não consegue compreender o que está acontecendo. Às vezes, é difícil de assimilar. As casas de muitas pessoas não estavam em região de risco ou em área ribeirinha”, contou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
“Como ser humano, a gente começa a entender um pouquinho da dor do outro. Quando aconteceram as outas enchentes no estado, em setembro do ano passado, fui para o Vale do Taquari fazer meu trabalho voluntário, mas hoje entendo que só sentindo o que é perder para entender”, completou.
Em outro trecho da entrevista, Bayer revelou ter recebido críticas de eleitores por não ter destinado emendas parlamentares específicas do Orçamento de 2024 para a prevenção de desastres no estado.
A única parlamentar a destinar recursos foi Fernanda Melchionna (PSOL-RS), sua colega na Câmara, que reservou R$ 1 milhão para o tema. No entanto, a deputada do Republicanos acredita que a magnitude da tragédia no Rio Grande do Sul é tão grande que não poderia ser mitigada apenas com o uso de emendas.
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“Nunca ninguém ia prever algo nesse nível que aconteceu aqui. É inexplicável, é inimaginável. Esses recursos de emendas parlamentares não resolveriam essa catástrofe, que é completa”, afirmou.
“Precisamos, sim, pensar em políticas públicas para o cuidado do meio ambiente. Mas já vi recurso ser investido em estudo que virou um relatório de muitas páginas, sem nenhuma ação efetiva que resolvesse isso. Eu acredito que os recursos que chegam nas pessoas é o da assistência social”, completou.
Atualmente hospedada no litoral do Rio Grande do Sul, a deputada disse acreditar ter perdido tudo na casa que mantém em Canoas. “É mais o apego emocional. É o sentimento da tua história que fica dentro da sua casa. É a tua vida construída ali. Parece que deu uma pausa na nossa história e que a gente vai ter que voltar para ver como ficou”, dessabafou.