POLÍTICA
Deputados, sindicatos e secretários discutem precariedade da saúde pública do Acre
A Comissão de Saúde Pública e Assistência Social da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) se reuniu nesta quarta-feira (22) com sindicatos e secretários para tratar da precariedade na saúde pública do estado. Além dos parlamentares, estiveram presentes representantes sindicais das categorias relacionadas à saúde, o secretário de Saúde, Pedro Pascal, e o diretor da Fundação, João Paulo.
O objetivo da reunião é trazer esclarecimentos sobre as necessidades da saúde pública no Acre, encontrar soluções para os problemas e principalmente falar sobre os planejamentos para 2023 que estão programados pelas pastas.
A Dra. Isabela, representante do Sindicato Farmacêutico e do Conselho Nacional de Farmácias, pontuou o que ela acredita que seja fundamental no que tange os problemas de saúde: uma estatística populacional para que a demanda reprimida seja tratada.
“Nos últimos governos, não trabalhamos com estatística populacional, deputada Michele, já que a senhora pediu para pontuar. Hoje, temos uma demanda reprimida muito grande no Estado. Tudo vem para o Acre, do Amazonas, Boca do Acre, Rondônia, Peru e Bolívia, então não trabalhamos com estatística. Temos apenas dois hospitais, um de alta complexidade chamado Pronto-Socorro de Rio Branco e a Fundação Hospitalar do Acre. Essas duas instituições têm que lidar com uma demanda reprimida que não aguentam mais, e nós, trabalhadores, defendemos que haja uma discussão nesse sentido porque o trabalhador que está na ponta não aguenta mais trabalhar 30 horas, 40 horas, 72 horas, sendo que essa demanda não seria para nós. A população cresceu, o Estado do Acre não é mais o mesmo e a demanda da saúde é muito grande”, esclareceu Isabela.
A representante do sindicato da Enfermagem, Iunaira, destacou além da questão salarial, a questão estrutural para que os trabalhadores possam desenvolver seus trabalhos.
“Além da questão salarial, também temos enfrentado questões muito difíceis no que tange à estrutura e, claro, chamamos atenção, e não vamos descansar enquanto nosso PCCR também não tiver pelo menos encaminhado para os próximos meses e anos”, disse Iunaira.
Apesar de não ser da Comissão de Saúde, o deputado estadual Edvaldo Magalhães também participou da reunião. Ele destacou que sempre foi do movimento sindical e tem preocupação com todas essas questões. Edvaldo destacou que é necessário dar celeridade nas tratativas da Comissão de Saúde para que possam ser atendidas ainda este ano.
“A impressão que eu tenho é de que a gente pode se perder do ponto de vista do tempo no debate e da construção muito longa de um projeto de reestruturação do plano de carreira. O tempo não permite isso. Na minha opinião, nós temos quatro semanas, não mais do que isso, para fazer, pelo menos do ponto de vista pontual, alterações emergenciais dentro do plano”, disse Edvaldo.
O deputado acredita que não se pode discutir o plano como um todo, mas sim pontuar questões importantes a fim de que possam ser rapidamente apresentadas ao governo.
“Quem for por esse caminho, companheiro do sindicato, será surpreendido ao final do mês de abril com o novo relatório do comprometimento dos recursos com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que já vai estar atingindo a tal faixa do alerta. Minha sugestão objetiva é que todas as medidas a serem tomadas tenham uma perspectiva emergencial do ponto de vista dos servidores”, enfatizou o deputado.
A deputada estadual Michele Melo, líder do governo e membro da Comissão de Saúde, disse que é necessário algo mais palpável no que diz respeito à saúde.
“Não dá para simplesmente pensar em tratar de um PCCR quando temos uma categoria cujo plantão de 12 horas custa, em média, R$ 70. Uma categoria cujo plantão custa R$ 720 e outra cujo plantão já está acima do que a lei permite, pois sabemos que existem plantões pagos acima do que a lei permite. Nós temos uma discordância.”