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POLÍTICA

Eleição de Trump pode afetar a inelegibilidade de Bolsonaro? Entenda

Publicado em

A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos acendeu a esperança bolsonarista nas redes sociais. Em nome de Deus, com bordão Make America Great Again traduzido para o português e o desejo de “restaurar a grandeza” do Brasil, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e o próprio ex-presidente dizem acreditar na possibilidade de uma volta ao Palácio do Planalto em 2026.

O primeiro a aventar a probabilidade foi Bolsonaro. Ao parabenizar o aliado norte-americano, o político afirmou: “Que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho. Que nossos compatriotas vejam neste exemplo a força para jamais se dobrarem, para erguerem-se com honra, seguindo o exemplo daqueles que nunca se deixam vencer pelas adversidades”.

Em seguida, completou: “Talvez em breve Deus também nos conceda a chance de concluir nossa missão com dignidade e nos devolva tudo o que foi tirado de nós. Talvez tenhamos uma nova oportunidade de restaurar o Brasil como uma terra de liberdade, onde o povo é senhor de seu próprio destino”, disse na rede social X, de Elon Musk, também aliado de Trump.

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As palavras ecoaram por seu seguidores. Mas, como em uma brincadeira de telefone sem fio, o assunto viralizou em grupos de WhatsApp e Telegram com a ideia de que Bolsonaro pode realmente concorrer ao cargo.

A pedra no sapato, no entanto, está no fato de que o ex-presidente está inelegível no Brasil. Até 2030, por decisão da mais alta Corte Eleitoral do país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro não pode concorrer a nenhum pleito até que complete 8 anos do delito cometido, em 2022.

Esperança e condenações

A esperança de elegibilidade de Bolsonaro precisa estar acompanhada da crença de que é possível reverter as decisões do TSE. Para tanto, seria necessário sucesso dos recursos em dois casos nos quais Bolsonaro foi considerado inelegível.

Em 2023, o colegiado da Corte o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Primeiro, por ter reunido embaixadores no Palácio da Alvorada em 2022 e feito acusações inverídicas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Depois, por ter feito uso político-eleitoral das comemorações de 7 de setembro do mesmo ano.

No caso da reunião com embaixadores, Bolsonaro recorre ao Supremo Tribunal Federal (STF) dentro de Recurso Extraordinário. No caso de 7 de setembro, os trâmites recursais ainda estão em curso.

Além disso, Bolsonaro é investigado em inquéritos criminais. Isso pode agravar ou reduzir as chances de reversão de sua inelegibilidade. Caso seja condenado, a inelegibilidade seria prevista pela Lei da Ficha Limpa.

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O ex-presidente responde a uma suposta tentativa de golpe de Estado, em inquérito que deve ser concluído pela Polícia Federal ainda em novembro. É investigado também por apropriação ilegal de joias dadas como presente oficial e por fraude no cartão de vacinas. A expectativa é de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) o denuncie nos próximos dias em ao menos um desses inquéritos.

Ainda em suas redes sociais, no entanto, Bolsonaro declarou: “Até lá, seguiremos firmes, de pé, cada um de nós, pelo sonho de um Brasil forte, livre e fiel aos seus valores mais elevados”.

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