POLÍTICA
Em 20 anos, eleições para prefeito tiveram uma virada a cada quatro disputas pelo 2º turno no País
Desde 2004, o Brasil registrou uma virada a cada quatro disputas pelo segundo turno nas eleições municipais. Em 63 vezes, os candidatos que conquistaram menos votos no primeiro turno, conseguiram vencer a disputa pela prefeitura no segundo turno. Isto representa 27%, considerando 236 disputas de segundo turno realizadas entre 2004 e 2020.
Dados avaliados pelo jornal Folha de S. Paulo, com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostram que quanto menor a distância de votos entre os candidatos no primeiro turno, maior a chance de virada no segundo turno.
Viradas
Em 2012, São Paulo registrou a única virada na disputa para prefeito. Fernando Haddad (PT) teve o melhor resultado no segundo turno com 55,57% e venceu José Serra (PSDB) que registrou 44,43% dos votos. No primeiro turno, Serra havia liderado com 30,75% e Haddad ficou com 28,98%.
Mas, apenas um candidato à prefeitura no Brasil conseguiu vencer o segundo turno com uma diferença maior que 25 pontos percentuais. Em 2008, Aidan Rivan (PTB) venceu Vanderlei Siraque (PT) em Santo André (SP) por 55% a 44,9%. Na época, ele encerrou 12 anos de gestão petista do município de Grande São Paulo. No primeiro turno, Siraque teve 48% dos votos contra 21% de Aidan.
Outros casos nas eleições municipais registraram candidatos que conseguiram superar mais do que 20 pontos de diferença entre o primeiro e o segundo turno. É o caso de Gilson de Souza (DEM), eleito prefeito de Franca (SP) no segundo turno, em 2016, com 56,33% dos votos contra Sidnei Franco da Rocha (PSDB), que registrou 43,67% dos votos. No primeiro turno das eleições, Sidnei liderou com 45,09% contra 22,56% de Gilson.
Já em Londrinha (PR), Alexandre Kireeff (PSD) se elegeu em 2012 com 50,53% dos votos. Marcelo Belinati (PP) ficou em segundo lugar, com 49,47%. O primeiro turno entre os dois teve Alexandre com 45,38% e Belinati com 25,27%.
Segundo turno das eleições municipais
Em 2024, cinco cidades que disputarão o segundo turno tiveram diferença maior do que 25 pontos percentuais no primeiro turno. Em Petrópolis (RJ), Hingo Hammes (PP) e Yuri (PSOL) — que disputam o segundo turno na cidade — tiveram 32,19 pontos percentuais de diferença. Hammes ficou com 49,96% e Yuri com 17,77%.
Em João Pessoa (PB), a distância entre os candidatos foi de 27,39 pontos. Cicero Lucena (PP) ficou com 49,16% e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) com 21,77%.
O segundo turno das eleições municipais de 2024 será realizado em 52 cidades no Brasil, sendo 15 capitais. Em São Paulo, onde a disputa entre os três primeiros colocados foi acirrada, o embate final será entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB). A diferença no primeiro turno da capital paulista foi de apenas 0,41 ponto percentual, com o atual prefeito em primeiro lugar.
Contudo, a menor diferença de percentual entre os candidatos à Prefeitura no primeiro turno das eleições 2024 ocorreu em Camaçari (BA). Caetano (PT) teve 49,52% dos votos, enquanto o seu adversário, Flávio (União Brasil), obteve 49,17%, uma diferença de apenas 0,35 pontos.