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POLÍTICA

Em almoço em SP, Bolsonaro lamenta operação da Polícia Federal e critica quebra de sigilo

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Em almoço em São Paulo com representantes do setor produtivo, o presidente Jair Bolsonaro lamentou nesta terça-feira (23) a operação da Polícia Federal contra empresários suspeitos de defender um golpe de Estado em mensagens trocadas no WhatsApp. No evento privado, Bolsonaro disse que não havia necessidade de quebra de sigilo, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Bolsonaro ainda afirmou que não haverá golpe após as eleições deste ano. As declarações foram confirmadas à reportagem por presentes no encontro, que ocorreu na residência de João Camargo, presidente do grupo Esfera Brasil, no Morumbi, bairro nobre de São Paulo.

As ações da Polícia Federal, na operação citada por Bolsonaro, foram realizadas nas primeiras horas do dia. Foram recolhidos celulares, computadores e outros equipamentos com arquivos digitais em endereços ligados aos suspeitos. A decisão foi tomada após a revelação da existência de um grupo de WhatsApp em que os executivos falavam sobre um golpe de Estado para o caso de o presidente Jair Bolsonaro (PL) não ser reeleito.

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Segundo informações do blog do Nolasco, o primeiro evento de que Bolsonaro participou em São Paulo nesta terça atrasou uma hora, algo incomum nos mais de três anos de governo de Jair Bolsonaro. Fontes afirmaram ao Blog que o presidente buscou informações da operação contra empresários.

A cerimônia reuniu ainda os ministros Paulo Guedes (Economia), Ciro Nogueira (Casa Civil), Joaquim Leite (Meio Ambiente) e Fábio Faria (Comunicações). A presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, e o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, também estiveram no evento.

Mais cedo, o presidente participou da cerimônia de abertura do Congresso Aço Brasil 2022, também na capital paulista. Na ocasião, afirmou que não sente prazer em estar ocupando a cadeira de chefe do Executivo, ironizou as urnas eletrônicas e voltou a dizer que não há corrupção endêmica em seu governo.

“Prazer estar naquela cadeira? Não tenho prazer nenhum em estar naquela cadeira. Um saco. Não posso pescar, contar piadas e tomar caldo de cana. Mas eu entendo como uma missão de Deus”, disse.

Durante o discurso, Bolsonaro ironizou as urnas eletrônicas. “Só tem uma coisa que é infraudável no Brasil. Pessoal sabe o que é”, disse. A declaração foi seguida de risadas da plateia, formada por empresários do setor metalúrgico.

Essa não é a primeira vez que o presidente se refere às urnas eletrônicas de forma crítica. O presidente tem atacado o sistema eleitoral brasileiro de forma sistemática. No mês passado, o candidato disse que as urnas eletrônicas são “passíveis de invasão” e levantou suspeitas de fraude em eleições passadas, sem apresentar provas.

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O chefe do Executivo também minimizou casos de corrupção em seu governo. “Com todo respeito, mas sabem que temos um zelo todo especial e certas práticas não podem acontecer no nosso governo. Pode acontecer um problema um dia? Pode. Ninguém está livre. Mas não existe mais aquele programa orgânico que vimos no passado, que era uso da máquina para esse fim”, argumentou.

Aras não foi notificado

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que não foi notificado da decisão do ministro Alexandre de Moraes que autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra empresários investigados por supostamente defenderem um golpe de Estado. De acordo com comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR), Aras tomou conhecimento do caso apenas nesta terça-feira (23).

Empresários lamentaram operação

Os empresários que foram alvo de uma operação da Polícia Federal pela suspeita de terem defendido um golpe de Estado no Brasil lamentaram a ação da corporação e disseram que estão sendo vítimas de perseguição política e de denúncias falsas.

As falas dos empresários teriam ocorrido em aplicativos de conversas. Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamentos Havan, disse que os posicionamentos emitidos pelos empresários são opiniões próprias de cada um e não podem ser entendidas como crime.

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