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POLÍTICA

Em Belém, Lula critica “protecionismo mal disfarçado de preocupação ambiental”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar os países ricos por financiamento para a proteção das florestas tropicais e para o desenvolvimento sustentável dos povos que vivem nela. Lula fez, no início da tarde desta quarta-feira (9/8), um balanço final da Cúpula da Amazônia.

O encontro diplomático em Belém teve o objetivo de fortalecer a cooperação dos oito países que abrigam a Floresta amazônica no sentido de combater o desmatamento e promover o desenvolvimento econômico e social sustentável.

Essa cooperação foi fortalecida, mas a falta de metas concretas, na declaração final assinada na terça (8/8) por representantes dos oito países, de zerar o desmatamento e de vetar novas explorações de petróleo na região amazônica, eclipsou a cúpula. Entidades ambientalistas se mostraram frustradas com a falta de cumprimento das promessas feitas antes do evento em Belém.

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Para Lula, porém, o documento “teve iniciativas muito concretas para o enfrentamento dos desafios compartilhados por nossos oito países”.

“Trabalharemos juntos no combate ao desmatamento e aos ilícitos. Na criação de mecanismos financeiros em apoio às nações nacionais e regionais de desenvolvimento sustentável, na criação de painel técnico científico, e na criação de novas instâncias de coordenação e participação”, discursou o presidente brasileiro.

Numa fala com muitos recados aos países que, segundo Lula, não cumprem seus próprios compromissos, o presidente brasileiro disse que “medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental por parte dos países ricos não são o caminho a trilhar”.

Nesta quarta, a Cúpula da Amazônia teve uma versão ampliada, com outras nações que têm florestas tropicais (República do Congo, República Democrática do Congo e Indonésia) e os maiores financiadores do Fundo Amazônia (Noruega e Alemanha).

Lula quer liderar um bloco geopolítico de países que conservam florestas tropicais a fim de ganhar força na cobrança a países ricos por recursos financeiros para financiar a transição energética.

“Não se pode falar de florestas tropicais e mudança do clima sem tratar da responsabilidade histórica dos países desenvolvidos. Foram eles que, ao longo dos séculos, mais dilapidaram recursos naturais e mais poluíram o planeta. Os 10% mais ricos da população mundial concentram mais de 75% da riqueza e emitem quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera”, disse o petista, mais cedo nesta quarta, em discurso lido para os demais participantes da cúpula.

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“É hora de nossos países se unirem. É hora de acordar para a urgência do problema da mudança do clima. Se não agirmos agora, não vamos atingir a meta de evitar que a temperatura suba mais que um grau e meio em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial”, complementou o petista.

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