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POLÍTICA

Em live, Moro revela salário equivalente a R$ 241,6 mil nos EUA

Publicado em

Reprodução

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) divulgou, nesta sexta-feira (28/1), o salário que recebeu por um ano de trabalho na consultoria Alvarez & Marsal, nos Estados Unidos. De acordo com o pré-candidato à Presidência da República e ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), o montante depositado mensalmente para ele entre 2020 e 2021 foi de US$ 45 mil, o equivalente a R$ 241,65 mil. Com o desconto dos impostos, ele alegou que recebia U$S 24 mil por mês – ou R$ 128,8 mil.

Ou seja, em um ano, pelo serviço prestado, Moro recebeu R$ 2,8 milhões brutos, além de bônus equivalente a R$ 805,5 mil, de acordo com o que disse durante live, nesta sexta-feira (28/1), em que esteve acompanhado do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), seu aliado do MBL.

Como pediu para sair da empresa antes do fim do contrato, o ex-ministro bolsonarista afirmou que teve de devolver cerca de R$ 67 mil à empresa.

Segundo Moro, sua atuação foi em uma área da consultoria que não cuidava de recuperações judiciais, onde estão os clientes que foram alvo da Lava Jato. Esse segmento da consultoria teria outro CNPJ, mas pertence aos mesmos donos de toda a empresa.

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“Eu nunca trabalhei para a Odebrechet. Ao contrário, eu desmantelei um esquema de corrupção na empresa. Depois que eu saí do Ministério da Justiça, trabalhei na empresa prestando serviço de compliance. Jamais recebi um tostão da Odebrecht. A Alvarez & Marsal tem unidades diferentes, fui para a área de disputas e investigações”, disse na live.

Investigação

Devido aos serviços prestados, Sergio Moro está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte Contas investiga se Moro cometeu irregularidades durante o período. A consultoria recebeu 78% de seus honorários de empresas que foram alvo da Lava Jato, operação que Moro comandava quando era juiz.

Dos R$ 83,5 milhões auferidos pela Alvarez em processos de recuperação judicial e falência, R$ 65,1 milhões vieram de firmas investigadas na operação. Moro alegou, no entanto, que atuou na área de disputas e investigações da Alvarez, um braço distinto da consultoria, com outro CNPJ e sem relação com o de recuperação judicial.

“Quando eu entrei na Alvarez e Marçal, pedi uma cláusula no contrato que não prestaria nenhum serviço para cliente que pudesse criar conflito com minha atuação como juiz. Eu pedi e a empresa colocou a cláusula. Está no meu contrato. Meu foco não era trabalhar no Brasil. Não enriqueci. Fui trabalhar lá e recebi um bom salário”, disse.

A Alvarez ainda não informou ao TCU quanto pagou de salário a Moro. Na última terça-feira (25/1), o subprocurador-geral Rocha Furtado reforçou o pedido à empresa.

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