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POLÍTICA

Em nova decisão, Moraes diz que Bolsonaro pode ser preso se entrevistas forem publicadas em redes sociais

Publicado em

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), detalhou, em despacho, que a proibição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar redes sociais inclui “transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros”.

O ministro ressaltou que o uso desses artifícios para divulgar informações em redes sociais seria “burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão”.

A medida, divulgada nesta segunda-feira (21/7), reforça as restrições impostas ao ex-mandatário no contexto da investigação sobre a atuação de Bolsonaro e do filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos a fim de afrontar a soberania do Brasil.

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“A medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, imposta a Jair Messias Bolsonaro inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas de redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão”, disse Moraes no despacho.

A decisão atinge transmissões, retransmissões ou veiculações de vídeos, áudios e até transcrições de entrevistas em redes sociais, ainda que por meio de perfis de aliados, veículos ou terceiros.

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O texto é claro ao apontar que Bolsonaro não pode se valer de intermediários para burlar a medida cautelar. O descumprimento pode levar à prisão imediata, com base no artigo 312, § 1º, do Código de Processo Penal.

A imposição das restrições — incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de contato com outros investigados, diplomatas e embaixadas — faz parte do inquérito que apura a articulação de uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Influência de Eduardo Bolsonaro

A escalada das medidas cautelares contra o ex-mandatário tem como pano de fundo a atuação direta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como peça central na tentativa de articulação internacional contra o Supremo Tribunal Federal e outras instituições brasileiras.

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Segundo as investigações, Eduardo atuou nos bastidores, a partir dos Estados Unidos, para mobilizar pressão estrangeira sobre o STF.

Eduardo afirma que é um dos responsáveis pelas conversas com a Casa Branca que geraram as tarifas de 50% impostas pelo governo norte-americano às importações brasileiras.

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Na última quinta-feira (17/7), Jair Bolsonaro foi incisivo ao conectar o possível fim das tarifas com uma anistia para si mesmo.

Para o ministro Alexandre de Moraes, o gesto ultrapassou os limites do aceitável no discurso político.

Moraes comentou no despacho que a conduta do ex‑presidente foi de “ousadia criminosa”, considerando “atentatória à soberania nacional e à independência do Poder Judiciário”.

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Tornozeleira eletrônica

Na última sexta-feira (18/7), por ordem do ministro do STF, Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica como uma das medidas cautelares impostas no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado.

A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que apontou risco concreto de fuga do ex-presidente.

A medida é considerada fundamental pelas autoridades para garantir o monitoramento contínuo de Bolsonaro, sobretudo diante das suspeitas de articulações com aliados no exterior — como seu filho Eduardo.

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