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POLÍTICA

Em situação com AC judicializada, Marina fala sobre apoio a Lula e possível composição de chapa com Haddad

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Na manhã deste sábado (11), acontece um evento em que a Rede oficializa apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo e a expectativa é saber qual o papel destinado à Marina Silva. Segundo o UOL, o plano inicial é que ela se candidate a deputada federal, mas há possibilidade da acreana sair como vice na chapa de Haddad.

Em entrevista ao UOL, Marina Silva fala sobre as negociações do PT com PSB, de onde sairia o companheiro de Haddad, mas não descarta a hipótese de ser vice na chapa de Haddad ao governo de São Paulo.

“A discussão que a Rede tem feito é para contribuir provavelmente com minha candidatura a deputada federal. Essa questão tem surgido na imprensa, mas o que eu tenho acompanhado é que o ex-ministro tem procurado fazer um processo de sinalização dos diálogos com o PSB e que somente depois ele vai pensar em outras alternativas”, diz Marina.

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Marina também explica ao UOL que pode considerar ficar ao lado de Lula. “No plano nacional, o que eu tenho dito é que estou aberta ao diálogo desde que seja em cima de propostas, de ideias”, diz.

Confira na íntegra a entrevista de Marina

UOL – Em quais bases está sendo firmada essa aliança com a candidatura de Fernando Haddad ao governo de São Paulo?

Marina Silva – É um processo que vem sendo discutido na Rede de São Paulo já há algum tempo e foi concluído há uns quinze dias, a discussão nos elos municipais, que são em torno de 86 municípios. Ficou decidido por unanimidade que a Rede de São Paulo iria apoiar a candidatura do ministro Fernando Haddad.

A Rede não se orienta pelas estruturas verticalizadas dos partidos tradicionais de esquerda. A gente tem um processo que nós chamamos de consenso progressivo. Quando não é possível esse consenso progressivo e se não fere cláusulas pétreas do partido, a militância e as lideranças são liberadas, como aconteceu no caso do impeachment, como aconteceu agora em relação a Ciro e o ex-presidente Lula, em que foi liberado para apoiar no campo democrático Lula e o Ciro.

No caso aqui de São Paulo, a Rede está se dispondo a trabalhar junto com o grupo de programa do candidato, ao lado dos demais partidos. Obviamente que para nós importante a questão do combate à desigualdade, a recuperação econômica de base sustentável, segurança, educação, ciência, tecnologia e inovação. Uma série de medidas para as populações que estão inteiramente em situação de vulnerabilidade. São Paulo tem uma situação inaceitável de pobreza e de pessoas vivendo em situação de rua.

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São fortes as especulações sobre a possibilidade de a sra. ser vice na chapa de Haddad. Isso procede?

A discussão que a Rede tem feito é para contribuir provavelmente com minha candidatura a deputada federal. Essa questão tem surgido na imprensa, mas o que eu tenho acompanhado é que o ex-ministro tem procurado fazer um processo de sinalização dos diálogos com o PSB e que somente depois ele vai pensar em outras alternativas.

Nós estamos numa federação com o PSOL. Obviamente que a Rede tem a sua autonomia em termos do diálogo, mas procurando construir sempre conjuntamente com a federação naquilo que for melhor para viabilizar o projeto. Nosso foco nesse momento tem sido as candidaturas para deputado federal, a reeleição da deputada Marina Helou, que tem feito um excelente trabalho. Temos acompanhado com interesse de contribuir programaticamente com o candidato e ao mesmo tempo aguardando que possa ter um bom desdobramento o diálogo que vem sendo feito entre o candidato e o ex-governador Márcio França.

Se chegar esse convite para ser vice qual é a sua disposição? A sra. aceitaria?

Olha, eu prefiro tratar em cima do que é a realidade dos fatos hoje. A gente está contribuindo programaticamente, nós queremos o que é melhor pra São Paulo. Estamos focados em dar uma contribuição para melhorar a qualidade do Parlamento nos temas que interessam ao Brasil e ao estado de São Paulo, diante da situação terrível que temos hoje.

Temos várias candidaturas a deputado federal, além da possibilidade de eu mesma vir a ser candidata. Um exemplo é a candidatura do cientista, pesquisador, ex-presidente do INPE, Ricardo Galvão.

Não há nada de concreto, mas pelo que entendi a sra. não descarta a possibilidade de dividir a chapa com Haddad. Não é disso que se trata. Esse debate está posto no lugar correto: tem um diálogo que vem sendo feito com o PSB. Esse diálogo não se concluiu. Há uma torcida para que se tenha o melhor resultado em benefício do projeto que está sendo trabalhado com PSOL, Rede, espero que também com PSB, o PV, PCdoB, para que tenhamos uma alternância de poder depois de mais de trinta anos de governo do PSDB.

É desse desafio que nós estamos imbuídos e eu quero contribuir da melhor forma possível com esse debate, para que a gente possa ter uma candidatura, um projeto, que seja bom para São Paulo, bom para o Brasil. Principalmente bom para o povo de São Paulo com tantos sofrimentos que tem, pessoas em situação de vulnerabilidade social, de insegurança. Inclusive, em muitos momentos, pelo rebatimento com a questão da mudança climática, os eventos extremos assolam São Paulo. A questão da segurança hídrica, da segurança energética, em função inclusive do desmatamento da Amazônia. Todos esses temas são estratégicos.

Em uma postagem recente nas redes sociais a sra. disse que não trabalha no “terreno dos rancores”. Depois de ser tão atacada em eleições passadas por integrantes do PT, essa aliança é uma prova disso?

Eu me oriento programaticamente. Foi feito um diálogo, eu sempre tive uma relação de respeito e amizade com o Fernando (Haddad). Desde que éramos ministros isso prevaleceu. Você sabe que no segundo turno das eleições de 2018 eu apoiei a candidatura do Fernando por entender que o Bolsonaro era um risco imediato aos povos indígenas, à agenda ambiental, aos direitos humanos, às políticas sociais. É com essa lógica que eu me oriento.

Não se trata em hipótese nenhuma de deixar as divergências. Eu trato divergências políticas como divergências políticas. No caso de São Paulo, o diálogo sempre teve a possibilidade de ser muito fluido com o Haddad porque temos uma relação que precede 2018, quando eu declarei apoio a ele. E o trabalho que fizemos juntos quando eu era ministra do Meio Ambiente e ele era ministro da Educação.

No plano nacional, o que tenho dito é que estou aberta ao diálogo desde que seja em cima de propostas, de ideias. Não existe apoio incondicional, existem questões que precisam ser tratadas no terreno das concepções políticas e não das subjetividades. Como não me oriento pelo terreno dos rancores, estou aberta ao diálogo em torno de ideias e de propostas.

Qual a importância de São Paulo para o objetivo de derrotar o bolsonarismo a nível nacional?

É muito importante que os 27 estados da nossa federação compreendam que o Brasil não suportará mais quatro anos de Bolsonaro. Todos os dias temos mísseis e mísseis sendo jogados em cima da saúde, da educação, da ciência, da tecnologia. Ele raspou o dinheiro para a pesquisa, do meio ambiente, dos povos indígenas. A economia está em frangalhos.

Tem o ataque à democracia, a desestruturação dos fluxos democráticos do nosso país. Mais importante que derrotar Bolsonaro é derrotar o bolsonarismo. Mais do que mudar de governo é mudar a realidade social e econômica do país.

São Paulo tem um papel importante e cada vez maior no sentido de que não seja apenas mudar de governo. É contribuir para a realidade, para um novo projeto de país. Contribuir para que se tenha um governo de transição, aqui em São Paulo e no Brasil.

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