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POLÍTICA

Em voto, Moraes ironiza críticas de Bolsonaro por ‘palavras carinhosas’ e cita indícios para aceitar denúncia

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Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia durante segundo dia de julgamento no STF Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ironizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto justificava seu voto para torná-lo réu na denúncia por tentativa de golpe de estado, chamando os ataques que sofreu de “palavras carinhosas”. A fala ocorreu, nesta quarta-feira, 26, durante a sessão da Primeira Turma do STF que decide se Bolsonaro e outros sete nomes viram réus por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Em sua fala, Moraes declarou que o ex-presidente teve participação ao ordenar a manutenção de manifestações na frente de quartéis e disse que “não há mais nenhuma dúvida que o denunciado Jair Messias Bolsonaro conhecia, manuseava e discutiu sobre a minuta do golpe”.

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Moraes lembrou que durante uma transmissão ao vivo, feita em 2021, o ex-presidente incitou publicamente a intervenção das Forças Armadas, relacionado um “suposto chamamento do povo” com a tentativa de golpe de estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023. Na época, Bolsonaro reclamou da atuação do Tribunal Superior Eleitoral, em defender que as eleições ocorreriam sem fraude.

“A insensibilidade atacada em relação ao ministro (então presidente do TSE, Luís Roberto) Barroso era a defesa da lisura das eleições, a defesa da lisura das urnas eletrônicas. Por isso, o denunciado (Bolsonaro) disse, e eu repito: ‘Uma concentração na (Avenida) Paulista para dar um último recado para aqueles que ousam açoitar a democracia’. Isso foi em de 3 agosto de 2021. Em 7 de setembro de 2021, todos se recordam, na avenida Paulista, que o então presidente Jair Bolsonaro, após algumas palavras carinhosas à minha pessoa, disse que não cumpriria mais ordem judicial”, ironizou o ministro.

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Ao longo de sua fala, Moraes também apresentou imagens do dia 8 de janeiro de 2023 para comprovar a materialidade da tentativa de golpe de Estado. “Ficou comprovado e aqui sempre é importante nós recordamos que os crimes praticados no dia 8 de janeiro em relação a sua materialidade, não estamos falando em autoria ainda, foram gravíssimos”, avaliou o ministro.

“Não foi um passeio no parque. Absolutamente ninguém que lá estava estava passeando porque tudo estava bloqueado e houve necessidade de romper as barreiras policiais. (…) Nenhuma bíblia é vista e nenhum batom é visto nesse momento”, disse o magistrado. “É um absurdo pessoas dizerem que não houve violência e não houve agressão e que, consequentemente, não houve materialidade”.

O julgamento teve início às 9h50 desta quarta, com o voto de Moraes, relator do caso. Na sequência, os outros quatro ministros da Turma vão se posicionar e votar: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

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Diferente do 1º dia, Bolsonaro não acompanha presencialmente o segundo dia de julgamento. De acordo com informações da GloboNews, o ex-presidente está no gabinete do filho Flávio Bolsonaro, senador do PL pelo Rio de Janeiro.

 

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