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POLÍTICA

Empresa tenta contratar comandante da Aeronáutica de Bolsonaro; Lula barra

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O tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, foi impedido pela Comissão de Ética Pública de assumir um cargo em uma empresa de materiais bélicos e de defesa.

Carlos Baptista Júnior foi enquadrado na lei de conflito de interesses e deverá cumprir uma quarentena de 6 meses. Durante esse período, ele continuará recebendo o salário de comandante, mesmo não atuando na função. O soldo pode chegar a R$ 24 mil.

Ele é o terceiro militar de alto escalão do governo de Jair Bolsonaro (PL) a ser barrado pelo governo Lula (PT). Anteriormente, Paulo Sérgio Nogueira (Defesa Exército) tentou atuar na Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil, Segov e Secretaria-Geral) tentou ingressar no Simde (Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança).

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A Comissão de Ética não revelou qual empresa tentou contratar Carlos Almeida Baptista Júnior, mas conselheiros, em reserva, informaram ao blog que os potenciais empregadores também estão relacionados à “indústria de defesa”.

O colegiado, formado por sete titulares, é responsável, entre outras atribuições, por analisar possíveis casos de conflitos de interesse de autoridades em cargos do governo federal. Seu objetivo é prevenir situações em que ex-agentes públicos possam se beneficiar em virtude de interesses privados ou pessoais.

De 2016 a 2022, a Comissão julgou 1.594 processos de conflito de interesses, dos quais 1.265 foram de autoridades que estavam saindo do cargo e 329 de autoridades que continuavam no cargo.

No entanto, em 6 de fevereiro deste ano, a Comissão liberou os ex-integrantes do governo Bolsonaro Fábio Faria (Comunicações) e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União) para trabalhar no BTG Pactual. Marcelo Sampaio (Infraestrutura) foi para a Vale e Caio Paes de Andrade (Petrobras) assumiu uma secretaria no governo de São Paulo.

Esse fato levou Lula a dispensar três dos sete integrantes da Comissão de Ética Pública no dia seguinte. Todos haviam sido nomeados por Bolsonaro. Lula os substituiu pelo advogado Bruno Espiñeira Lemos, pela desembargadora do TJSP Kenarik Boujikian, e pelo jurista Manoel Caetano Ferreira Filho.

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