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POLÍTICA

Fux diz que PF nem PGR apresentaram provas de risco de fuga de Bolsonaro

Publicado em

Fux diz que PF nem PGR apresentaram provas de risco de fuga de Bolsonaro Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Ao votar contra a imposição de medidas cautelares para Jair Bolsonaro (PL), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), argumentou que não foram apresentadas provas novas e concretas de tentativa de fuga do ex-presidente que justifiquem as restrições.

“A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República não apresentaram provas novas e concretas nos autos de qualquer tentativa de fuga empreendida ou planejada pelo ex-Presidente”, disse em um trecho do voto.

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O ministro também pontuou que a amplitude das medidas impostas restringe “desproporcionalmente” direitos fundamentais. “Como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão e comunicação, sem que tenha havido a demonstração contemporânea, concreta e individualizada dos requisitos que legalmente autorizariam a imposição dessas cautelares”, destacou.

Fux foi o último entre os cinco integrantes da Primeira Turma da Corte a votar sobre as medidas cautelares e o único a divergir do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes. Os outros três ministros — Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia — votaram por manter as restrições.

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A operação da Polícia Federal que levou à decretação das medidas cautelares não está vinculada à ação penal sobre a trama golpista, mas sim a uma investigação instaurada em 11 de julho, dois dias após Donald Trump anunciar tarifas de 50% contra produtos brasileiros. O novo inquérito investiga se Bolsonaro cometeu os crimes de coação no curso do processo, trama do golpe, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.

Votos dos ministros

Dos ministros que votaram, apenas Zanin não apresentou uma fundamentação própria, limitando-se a seguir o relator.

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Em seu voto, Dino argumentou que as ações atribuídas ao ex-presidente representam uma forma inédita de coação ao Judiciário. O magistrado afirmou que Bolsonaro articulou com autoridades norte-americanas para impor sanções econômicas ao Brasil, buscando influenciar as investigações do STF sobre a trama golpista. “A coação assume uma forma inédita: o ‘sequestro’ da economia de uma Nação, ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o ‘resgate’, arquivando um processo judicial”, escreveu.

O ministro também classificou o caso como “absolutamente esdrúxulo” e digno de estudos acadêmicos, inclusive nos EUA. Para ele, “é explícito que se cuida de intolerável estratégia de retaliação política, que afronta a soberania nacional ao constranger as instituições públicas brasileiras –incluindo este Supremo Tribunal–, a fim de que suas decisões sejam subalternas à vontade pessoal de líder político de Estado estrangeiro”.

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Dino ainda citou o “estreito relacionamento” de Bolsonaro com governos estrangeiros como fator que aumenta a “possibilidade concreta de fuga”. Ele completou: “Por sua vez, o periculum in mora se evidencia na possibilidade concreta de fuga em face do estreito relacionamento com o governo estrangeiro, bem como do perigo de continuidade delitiva, consistente na articulação dolosa e consciente de novos atos e manifestações que visam coagir as funções constitucionais deste STF, interferindo ilegalmente em julgamento em curso, com dano irreparável à soberania nacional e à democracia brasileira”

Já Cármen Lúcia considerou adequadas as medidas determinadas por Moraes “para o atingimento da finalidade insuperável de serem apurados, na forma constitucional do devido processo legal, os fatos descritos na denúncia do Ministério Público, em benefício da segurança pública e jurídica e da sociedade”.

 

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