Gabriel vai apresentar defesa contra pedido de cassação no início da semana

O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), se reuniu nesta sexta-feira (8) com o seu advogado para traçar a linha de defesa em relação ao processo de cassação do seu mandato de vereador. Até o início da próxima semana, Gabriel espera apresentar os argumentos. Ele foi notificado na última terça (5) e tem até a sexta-feira da semana que vem (15) para apresentar a defesa oficial.

Gabriel Azevedo é acusado de quebra de decoro parlamentar por causa de condutas consideradas inadequadas em relação a outros parlamentares. A denúncia foi apresentada pela ex-presidente da Câmara, Nely Aquino (Podemos), atual deputada federal. “A reunião com meu advogado foi na parte da manhã. Fizemos um intervalo para o almoço e seguiu na parte da tarde. Vamos apresentar a defesa antes do prazo, na semana que vem”, disse o vereador.

À reportagem de O Tempo, ele voltou a reconhecer que se exaltou em relação a algumas situações denunciadas. “Sei que exagerei em algumas reações. Não podia, por exemplo, ter sido ríspido com a Flávia (vereadora Flávia Borja, do Progressistas) e, por isso mesmo, pedi desculpas imediatamente. Ela me disse que, enquanto cristã, escolheu me perdoar. Falam que eu interferi na CPI da Pampulha, mas isso não é verdade. Eu sempre respeitei o Regimento Interno e tudo foi feito de forma regimental”, afirmou.

Segundo Gabriel Azevedo, 14 vereadores estão com ele atualmente. O presidente da Câmara Municipal diz que alguns parlamentares estão sendo pressionados pela chamada “Família Aro”, ligada ao secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro, a “abandoná-lo”. Entre os pressionados, estaria o vereador Gilson Guimarães (Rede). Na manhã desta sexta-feira (8), Gilson foi entrevistado no Café Com Política, da rádio FM O TEMPO 91,7.

No início desta semana, a vereadora Iza Lourença (PSOL), integrante da Comissão montada para dar um parecer sobre a denúncia, disse que a agenda de trabalho para a realização da primeira reunião iria depender da defesa apresentada por Gabriel Azevedo. “Não é uma comissão como outras da Casa. As provas e testemunhas devem ser apresentadas pela defesa e acusação e, a nós, caberá apenas dar um parecer para avaliação do plenário”, disse a vereadora.

O processo completo deve durar 90 dias. Decorrido o prazo de dez dias para que Gabriel apresente a defesa, a comissão terá cinco dias para avaliar e decidir se arquiva a denúncia ou se dará encaminhamento, com o convite de testemunhas e demais procedimentos de investigação.