POLÍTICA
GCF: Parceria entre Governos e Povos Tradicionais para um Futuro Sustentável na Amazônia

A 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e Florestas (GCF), realizada em Rio Branco (Acre) entre 19 e 23 de maio, marcou um momento crucial na luta contra as mudanças climáticas na Amazônia. O evento reuniu líderes nacionais e internacionais, com o objetivo central de articular estratégias eficazes de enfrentamento à crise climática e impulsionar o desenvolvimento de uma “nova economia florestal”.
Liderança Acreana e o Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável:
O governador Gladson Cameli reiterou o papel de liderança do Acre na agenda ambiental global, destacando a necessidade urgente de investimentos em projetos que promovam o desenvolvimento sustentável. Ele citou iniciativas pioneiras como o Sistema de Incentivos Ambientais (SISA) e o Programa REM, que desde 2012 destinam recursos a comunidades indígenas, ribeirinhas e pequenos produtores, como exemplos concretos deste compromisso. Cameli enfatizou a importância de políticas públicas que conectem a preservação ambiental à geração de renda e segurança econômica para as famílias que vivem na floresta, afirmando que uma política ambiental eficaz só é possível com a garantia de meios de subsistência para essas populações.
O Protagonismo dos Povos Tradicionais:
Francisca Arara, Secretária de Povos Indígenas do Estado, enfatizou o papel fundamental dos povos tradicionais na conservação das florestas, declarando que a existência das florestas tropicais se deve, em grande parte, ao trabalho dessas comunidades. Ela defendeu a necessidade de uma participação institucionalizada, que vá além da mera consulta, garantindo recursos e estruturas adequadas para a efetiva participação desses povos na gestão ambiental. Arara ressaltou a importância de políticas públicas contínuas, que transcendam os ciclos governamentais, assegurando um compromisso de longo prazo com as gerações futuras. A secretária também enfatizou a urgência da adaptação e do enfrentamento aos impactos das mudanças climáticas já visíveis na região, como secas extremas, enchentes e perda de biodiversidade.
Uma Nova Economia Florestal: Conectando Governos, Povos e Oportunidades:
O evento teve como eixo central a construção de uma “nova economia florestal”, que busca conectar governos, comunidades locais e oportunidades de desenvolvimento sustentável, baseada no uso racional e responsável dos recursos naturais. A participação de representantes de diversos países, incluindo Equador e Colômbia, demonstra o interesse internacional em apoiar essa iniciativa.
Resultados e Compromissos para o Futuro:
A reunião resultou na elaboração de documentos e cartas de compromisso que serão apresentados na COP30, em Belém (PA), em novembro de 2025. A expectativa é que esses compromissos sirvam como base para a mobilização de recursos e o fortalecimento de políticas públicas de enfrentamento à crise climática, com o objetivo final de melhorar significativamente a qualidade de vida das populações que vivem nas florestas. O sucesso desta iniciativa depende da continuidade do diálogo e da colaboração entre governos e povos tradicionais, assegurando um futuro sustentável para a Amazônia.
