General assume autoria de plano para matar Lula e Moraes

Em um depoimento explosivo ao Supremo Tribunal Federal (STF), o general Mario Fernandes assumiu a autoria do documento “Punhal Verde e Amarelo”, que detalhava um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes.

Apesar da gravidade do conteúdo, o general alegou que o plano era meramente um “pensamento digitalizado”, um compilado de dados e análise de riscos que nunca foi compartilhado. A declaração, feita durante interrogatório nesta quinta-feira (24/7), contrasta fortemente com a apreensão do documento pela Polícia Federal (PF), que o encontrou em posse do general, preso desde novembro de 2024 por sua suposta participação em uma trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder.

Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou lamentar a digitalização do plano, insistindo que se tratava de material de consumo próprio e que seu HD não acrescentaria nada ao processo. Sua defesa, no entanto, enfrenta o peso da acusação e a evidência do documento, cuja existência em si já demonstra uma intenção grave.

A revelação ocorre no contexto de um processo maior que investiga um suposto esquema golpista envolvendo diversos réus, agrupados em núcleos distintos.

Fernandes faz parte do chamado “núcleo 2”, acusado de usar a máquina pública para obstruir o acesso de eleitores às urnas no segundo turno das eleições de 2022, especialmente no Nordeste. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), ele teria coordenado ações de monitoramento e neutralização de autoridades, em conjunto com outras figuras, além de atuar como elo com lideranças populares ligadas aos eventos de 8 de Janeiro.

A confissão sobre o “Plano Punhal” adiciona uma camada ainda mais grave às acusações contra o general, levantando sérias questões sobre suas intenções e a extensão de sua participação na suposta conspiração. O caso promete gerar debates acalorados e repercussões significativas no cenário político brasileiro.