Políticos estão comemorando a cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite desta terça-feira (16/5). A maioria dos que estão zoando o ex-procurador é de esquerda, mas há políticos do campo oposto, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que tuitou um “tchau querido”. Os críticos historicamente acusam o ex-procurador da Lava Jato de ter criminalizado a política quando esteve no Ministério Público do Paraná.
Por unanimidade, o TSE cassou a validade do registro de candidatura do deputado federal. Os ministros da Corte consideraram que Dallagnol pediu exoneração do cargo de procurador do Ministério Público para escapar de julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que poderia impedi-lo de concorrer às eleições de 2022. Assim, os ministros decidiram que o ex-procurador da Lava Jato frustrou a aplicação da lei.
“Eita que dia hein?!”, escreveu e presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), no Twitter. “Responde a processos administrativos pendentes como procurador, ou seja, é ficha suja. Também foi condenado pelo TCU por gastos com diárias e passagens na operação Lava Jato”, disse ainda Gleisi.
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“Deltan Dallagnol delinquiu no MP ávido pelo poder. Para fraudar a lei antecipou a exoneração para fugir da ficha limpa, mesmo com 2 condenações no CNMP – 1 de minha autoria – e 15 processos. A Justiça tarda, mas não falha. O TSE cassou o mandato do pivete ficha suja da Lava Jato”, disse o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido!”, provocou a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).
“Grande dia 👍”, escreveu o senador Humberto Costa (PT-PE).
Ao Mentrópoles, Glauber Braga, do PSol-RJ, disse que “Dallagnol, em um determinado momento da vida, achou que podia fazer absolutamente tudo. E não achou que as ilegalidades cometidas por ele, inclusive aquelas que já tinham decisão colegiada do próprio órgão da sua atividade profissional, fosse dar qualquer coisa, se escondendo atrás de um mandato parlamentar.”
“Tudo que a gente viu é que ele é um ex-deputado, que vai ter que responder por aquilo que fez e pela forma como se utilizou, ainda como representante do Ministério Público, das suas prerrogativas que foram abusadas. E que responda devidamente por aquilo que fez. Só lamento que ele não vai responder o conjunto de questionamentos que eu fiz na quinta-feira, aqui no plenário da Câmara, sobre denúncias que eu fiz através de questionamento pra ele responder sobre a evolução patrimonial, compras na sua vida privada, mas agora ele não vai poder fazer na tribuna do Plenário porque é um ex-deputado. Talvez ele possa fazer de algum outro lugar, ou por algum outro tipo de instrumento, quem sabe por um PowerPoint.”, completou Braga.
Quem saiu em defesa de Deltan foi o ex-juiz da Lava-Jato Sergio Moro, hoje senador pelo Podemos-PR. “É com muita tristeza que recebo a informação da cassação do mandato de deputado federal do Deltan. Estou estarrecido por ver fora do Parlamento uma voz honesta na política que sempre esteve em busca de melhorias para o povo brasileiro. Perde a política. Minha solidariedade aos eleitores do Paraná e aos cidadãos do Brasil”, disse Moro.
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