POLÍTICA
Governador do Acre exonera cargos comissionados envolvidos na operação Ptolomeu
No apagar das luzes do ano, o governador Gladson Cameli tomou uma decisão importante para a operação Ptolomeu, que investiga um suposto esquema de corrupção no governo do Acre. Em uma edição extra do Diário Oficial do Estado, publicada na noite de sexta-feira, 29, o governador exonerou cinco cargos comissionados que haviam sido afastados de suas funções por decisão da Ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Essas exonerações foram motivadas pela prorrogação das medidas cautelares para mais de 80 investigados da operação, determinada recentemente pela Ministra. Foi constatado que manter esses cargos em comissão, mesmo sem trabalhar, era inviável. O fato de o próprio governador ter assinado as exonerações chama a atenção, já que em situações anteriores, a vice-governadora Mailza Assis era responsável por esse tipo de decisão.
Os comissionados Francisco Jurandir Lima Victor, Jerffson Luiz Pereira de Oliveira e Sebastião da Silva Rocha foram exonerados, assim como Jader Maia Sobrinho, diretor Administrativo e Financeiro da Saneacre, e Luis Miguel de Oliveira Aguiar, Diretor de Administração e Finanças da Sejusp, que ocupavam cargos de destaque.
Essas demissões de mais investigados são uma forma do Palácio Rio Branco enviar uma mensagem positiva para o STJ, Ministério Público Federal e Polícia Federal. Além do afastamento de suas funções, essas pessoas estavam proibidas de ter acesso a órgãos públicos, de acordo com as medidas cautelares prorrogadas.
Vale lembrar que em junho deste ano, o Palácio Rio Branco também exonerou os membros do governo que eram considerados “intocáveis”. Em uma única canetada, os então secretários Romulo Grandidier (Fazenda), Cirleudo Alencar (Obras), Petronio Antunes (Deracre), Ricardo França (Relações Federativas) e o coronel Carlos Augusto Negreiros (Casa Militar) foram demitidos. Todos eles foram alvos da 3ª fase da Operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal com autorização do STJ em março. Apesar de afastados de seus cargos, continuaram recebendo salários durante 90 dias, período em que as medidas cautelares impostas pela Ministra Nancy Andrighi estavam em vigor. Essas medidas foram renovadas por mais 180 dias.