POLÍTICA
Idealizador do monitoramento de queimadas no Brasil morre aos 72 anos
O idealizador do programa de monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Alberto Waingort Setzer, morreu, nessa sexta-feira (8/9), aos 72 anos. O pesquisador foi vítima de um infarto fulminante enquanto se exercitava, durante viagem com familiares no litoral norte de São Paulo.
Alberto Setzer estruturou e comandou o Programa Queimadas de 1985 a 2020. Em junho de 1985, foi um dos pioneiros do Projeto Queimadas, histórico programa de mapeamento de focos de incêndio no Brasil, que presidiu por 34 anos. Seu trabalho se confunde com a própria história da política ambiental e do estudo do fogo no mundo.
Nos últimos anos, embora não estivesse mais no comando da iniciativa, o pesquisador continuava sendo uma referência participativa na área, com contribuições científicas e atuação em palestras e eventos. Ele se preparava para se aposentar do Inpe.
Pesquisador Titular do Inpe, na Coordenação-Geral de Ciências da Terra (CGCT), Setzer desenvolveu projetos operacionais, pesquisas e atividades acadêmicas nos temas de monitoramento de queimadas com imagens de satélites, risco de fogo da vegetação e meteorologia antártica.
“Pai do monitoramento de fogo”
Entre suas realizações, estão a implementação da rede da NASA de fotômetros solares AeroNet no Brasil, na década de 1990, o projeto de Meteorologia Antártica do Brasil, de 1984 a 2010 – o que incluiu 25 operações antárticas –, mapeamento das áreas queimadas com imagens Landsat e o monitoramento operacional de queimadas e incêndios florestais, desde 1985.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) se pronunciou sobre a morte. “O Brasil perde um grande cientista e realizador. Se hoje temos um portal de excelência com dados diários sobre fogo, isso se deve a Setzer, pai do monitoramento de fogo”, declarou Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam.