POLÍTICA
Jorge Viana: Eleição de Trump trará “tensionamento” ao mundo, mas Brasil deve ser pragmático
O presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana, expressou preocupação com a volta de Donald Trump à Casa Branca, afirmando que a eleição do republicano trará “tensionamento” às relações internacionais. Em entrevista ao jornal O Globo, Viana defendeu uma postura pragmática do Brasil para lidar com o governo americano liderado por Trump, especialmente no que diz respeito às relações comerciais.
“O Brasil precisa ter um pragmatismo na relação comercial, entendendo que os Estados Unidos são um grande parceiro comercial, mas que também existem contenciosos”, disse Viana. Ele destacou que, apesar da histórica boa relação comercial com os republicanos, a eleição de Trump pode gerar instabilidade em diversos setores, especialmente em relação às mudanças climáticas. “Sabemos que Trump tem um comportamento muito intensamente contrário ao Acordo de Paris. Então é um ponto de tensionamento”, afirmou.
Viana, que está em uma missão comercial na Ásia, acredita que o Brasil deve aproveitar a rivalidade entre Estados Unidos e China para atrair investimentos e ampliar sua produção industrial. “O Brasil deve sediar indústrias seja de que país for, dos Estados Unidos ou da China”, defendeu. Ele destaca que a oferta de energia e materiais críticos do Brasil o torna um local estratégico para a produção industrial, e que o país não pode perder oportunidades de investimento, independente do tensionamento entre as duas maiores economias do mundo.
O presidente da Apex-Brasil também ressaltou a importância da postura pragmática do presidente Lula, que busca manter um diálogo com todos os países e defender a paz mundial. “O presidente Lula tem deixado muito claro que quer lutar pela paz no mundo e que o Brasil tenha diálogo com todos”, afirmou Viana.
O discurso de Viana reflete a complexa situação geopolítica global e a necessidade de o Brasil navegar por um cenário de incertezas, buscando oportunidades de crescimento e desenvolvimento, sem se deixar afetar pelas tensões internacionais.