POLÍTICA
Justiça Eleitoral de SP suspende conta de Pablo Marçal no Instagram; candidato cria novo perfil
O juiz eleitoral Rodrigo Capez determinou, neste sábado (5), a suspensão da conta do influenciador e candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), no Instagram. A decisão deve ser cumprida pela plataforma em até duas horas e prevê a indisponibilidade do perfil por 48 horas. A medida foi fundamentada em dispositivos do Código de Processo Penal, do Marco Civil da Internet e da Resolução nº 23.610 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A decisão judicial foi motivada pela divulgação de um documento médico falso, que sugeria que o candidato Guilherme Boulos (PSOL), concorrente de Marçal nas eleições municipais, seria dependente de cocaína e estaria em um surto psicótico. A publicação teria sido feita por Marçal em sua conta no Instagram, às vésperas do pleito eleitoral, com grande repercussão nas redes sociais.
Além da suspensão do perfil principal de Marçal, a Justiça determinou a retirada de outros perfis vinculados ao influenciador e à sua campanha que possam ter sido utilizados para disseminar o laudo falso. A decisão atendeu a uma notícia-crime apresentada pela campanha de Boulos.
Na sexta-feira (4), uma decisão anterior da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo já havia determinado que Marçal apagasse a publicação com o documento que acusava Boulos de uso de drogas. O juiz considerou plausíveis as alegações de falsificação do documento, que continha um número incorreto do RG de Boulos e a assinatura de um médico já inativo no Conselho Regional de Medicina (CRM).
O próprio Boulos, em suas redes sociais, desmentiu a autenticidade do laudo, apresentando evidências de sua falsificação. Ele indicou que, na data mencionada no documento, ele participou de uma live, além de apontar que o médico citado havia falecido em 2022. Boulos afirmou ainda que buscará a prisão de Marçal e do médico Luiz Teixeira da Silva Jr., proprietário da clínica onde o exame teria sido realizado.
A filha do médico cujo nome aparece no documento, Aline Garcia Souza, também declarou em entrevista que a assinatura atribuída a seu pai era falsa e que ele nunca havia trabalhado na capital paulista, exercendo sua atividade em Campinas e região.
Marçal, por sua vez, declarou que apenas compartilhou o laudo que recebeu, sem dar mais detalhes sobre a origem do documento.
Após a suspensão dos perfil, o candidato disse ter sido censurado mais uma e criou uma nova conta no Instagram, @spmarcal, e pediu a divulgação da suspensão de seu perfil anterior.