Lula afirma que isenção do IR injetará R$ 28 bilhões na economia e destaca redução da desigualdade

Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão neste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a sanção da lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil, além do aumento da taxação para altas rendas. Ambas as medidas, que entram em vigor a partir de janeiro, visam reduzir a desigualdade no país e impulsionar a economia.

Lula enfatizou que a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil é um passo importante para garantir que a população brasileira tenha direito à riqueza que produz com seu trabalho. Ele exemplificou que uma pessoa com salário de R$ 4.800 poderá economizar cerca de R$ 4 mil por ano com a medida, o que equivale a quase um 14º salário.

Para compensar a perda de arrecadação, o governo irá taxar os super-ricos, ou seja, aqueles que ganham “vinte, cem vezes mais do que 99% do povo brasileiro”. Cerca de 140 mil contribuintes com renda superior a R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil por mês) serão incluídos na cobrança adicional de até 10% de imposto sobre a renda.

Segundo o presidente, o dinheiro extra nas mãos dos beneficiados pela isenção do IR deve injetar R$ 28 bilhões na economia. Lula também ressaltou que, graças a políticas como essa, a desigualdade no Brasil atingiu o menor patamar da história.

No entanto, ele reconheceu que o país ainda é um dos mais desiguais do mundo, com o 1% mais rico acumulando 63% da riqueza, enquanto a metade mais pobre da população detém apenas 2%. Lula reafirmou o compromisso de seu governo em combater os privilégios de poucos para defender os direitos e as oportunidades de muitos.

A nova lei não promove uma correção completa da tabela do IR, apenas aplica a isenção e descontos para as novas faixas de renda. Quem ganha acima de R$ 7.350 continuará pagando 27,5% de Imposto de Renda. Uma correção total da tabela custaria mais de R$ 100 bilhões por ano, segundo cálculos do governo.

A alíquota extra progressiva de até 10% para os super-ricos será aplicada sobre rendimentos acima de R$ 600 mil por ano. Atualmente, contribuintes de alta renda recolhem, em média, uma alíquota efetiva de 2,5% de IR sobre seus rendimentos totais, incluindo distribuição de lucros e dividendos, enquanto trabalhadores em geral pagam entre 9% e 11%.