POLÍTICA
Lula busca equilíbrio em encontro com Trump para priorizar questões bilaterais

Kuala Lumpur, Malásia – Em meio a crescentes tensões entre Estados Unidos e Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca evitar que a pauta regional domine seu encontro com Donald Trump, agendado para este domingo, em Kuala Lumpur. A prioridade do governo brasileiro é focar em questões bilaterais cruciais, como as sobretaxas impostas a produtos brasileiros e as sanções aplicadas a autoridades brasileiras.
Auxiliares do governo avaliam que utilizar o encontro para discutir tensões regionais, como as envolvendo Venezuela e Colômbia, representaria uma oportunidade perdida de resolver problemas domésticos urgentes e fortalecer os laços com a Casa Branca, após um período de turbulência.
A relação entre os dois países começou a mostrar sinais de melhora após um encontro informal entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral da ONU. Na ocasião, Trump mencionou a “excelente química” entre os dois líderes. Desde então, conversas telefônicas e reuniões entre suas equipes, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, intensificaram-se para viabilizar o encontro deste domingo.
O principal objetivo do Brasil é reverter o aumento das tarifas de importação, buscando um retorno ao patamar de 10% definido anteriormente, antes do agravamento da crise comercial.
Apesar do foco nas questões bilaterais, Lula está preparado para abordar a situação venezuelana caso seja provocado, mas pretende evitar que o tema desvie a atenção das negociações comerciais.
Nos bastidores, a tensão entre Estados Unidos e Venezuela tem aumentado, com o governo Trump considerando ações contra instalações de cocaína e rotas de tráfico de drogas em território venezuelano.
Em declarações recentes, Lula expressou confiança na possibilidade de um acordo com os Estados Unidos, embora reconheça que as negociações definitivas ocorrerão em etapas posteriores, envolvendo as equipes de negociação de ambos os países.
Lula também está disposto a esclarecer declarações recentes que possam ter causado desconforto ao governo americano, como a defesa do uso de moedas locais no comércio entre os países do BRICS e suas observações sobre o combate ao tráfico de drogas. Ele pretende destacar as ações do governo brasileiro no combate ao crime organizado e reafirmar que a proposta de uso de moedas locais é uma alternativa de longo prazo, sem intenção de substituir o dólar no comércio internacional.
O encontro entre Lula e Trump é visto como uma oportunidade crucial para fortalecer a relação bilateral e resolver questões comerciais pendentes, em um momento de crescentes desafios geopolíticos na região.









