O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, afirmou nesta segunda-feira (24/4) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará uma decisão sobre a estrutura do órgão quando retornar de sua viagem a Portugal.
O petista está no país desde quinta-feira (20/4) e retorna ao Brasil na quarta-feira (26/7), após uma passagem pela Espanha.
O GSI virou foco de polêmica após gravações de câmeras internas do Palácio do Planalto mostrarem servidores do órgão dentro do local no dia 8 de janeiro. A data foi marcada pelos ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes.
“Essa [reestruturação do GSI] é uma decisão que o Presidente da República tomará no seu retorno ao Brasil. A mim, cabe levantar as informações, fazer um raio-X, acelerar, conforme ele determinou, a renovação do órgão”, declarou Cappelli após reunião com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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“O GSI tem mais de 80 anos, é um órgão de estado. Há uma sindicância aberta se eventualmente alguns servidores cometeram desvios funcionais. Esses desvios serão apurados”, afirmou. Segundo o ministro interino, a expectativa é de adiantar a conclusão da sindicância para antes de 30 de maio.
Sintonia
Em sua fala, Cappelli afirmou que a reunião com Moraes estabeleceu uma “harmonia entre os poderes”. Na sexta-feira (21/4), o magistrado determinou a quebra do sigilo das gravações do Palácio do Planalto na data dos ataques e o envio das imagens para análise do STF.
“Moraes agradeceu pronto o envio e não pediu mais nada. Estabeleceu-se aqui uma sintonia, uma harmonia entre os poderes”, disse Cappelli.
O relator do inquérito que apura os atos de 8/1 ainda determinou que a Polícia Federal realize os depoimentos de todos os servidores do GSI que aparecem nas imagens para “aferição das condutas individuais”.
Nesta sexta-feira, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias prestou depoimento durante cinco horas à Polícia Federal (PF). Em imagens veiculadas pela CNN Brasil na última quarta-feira (18/4), o militar aparece circulando nas dependências do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro.
Naquele dia, criminosos invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes: Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).