Comunicado conjunto
Como resultado da visita oficial, deverá ser divulgado um comunicado conjunto de 49 parágrafos com os principais resultados da visita.
até as horas que antecederam a reunião de Lula com Xi Jinping.
Há, no pacote, uma série de acordos comerciais e de cooperação, inclusive na área tecnológica.
Após dias de suspense em torno de uma possível adesão do Brasil à Nova Rota da Seda, o megaplano do governo de Xi Jinping para ampliar a presença chinesa ao redor do mundo por meio de investimentos em projetos bancados por Pequim, foi batido o martelo: não haverá adesão.
A China pressiona o Brasil há tempos para aderir ao plano, mas o Itamaraty resiste. Um dos motivos da resistência é o embaraço diplomático que a assinatura de um acordo desse tipo poderia causar na relação com o governo americano, franco opositor da iniciativa.
Para justificar aos chineses a não adesão, o Brasil argumenta que já existem outros canais na relação entre os dois países capazes de comportar os mesmos tipos de investimentos, sem necessidade de integrar formalmente o rol de quase 150 países que já participam do plano. A Nova Rota da Seda completa uma década neste ano.
Valor de investimentos
Fontes do governo brasileiro estimam que, como resultado de reuniões realizadas durante a viagem à China, o país receberá investimentos de empresas chinesas nos próximos anos que somam, no mínimo, R$ 50 bilhões.
Essa cifra inclui obras como a construção de uma ponte ligando Salvador e a ilha de Itaparica, ferrovias, investimentos da gigante chinesa de tecnologia Huawei e a possibilidade de tirar do papel o linhão de energia de Tucuruí, o último que falta para interligar todo o sistema elétrico do país – o projeto, polêmico, está travado há anos em razão de questões ambientais.
Com os chineses, o governo brasileiro tratou também da importância de avançar nas negociações para que países emergentes possam fazer transações comerciais entre si usando moedas locais. O plano é tentar, cada vez mais, diminuir a dependência do dólar.
Com a China, seu maior parceiro comercial, o Brasil firmou um acordo para permitir que as transações sejam feitas diretamente em real e yuan. Esse é um passo caro ao anseio chinês de “desdolarizar” a economia mundial.