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POLÍTICA

Lula descarta versão “paz e amor”, é pressionado, mas se sai bem no Jornal Nacional

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Lula participou de sabatina do Jornal Nacional nesta quinta-feira (25) (Foto: Reprodução/TV Globo)

O ex-presidente Lula (PT) foi o terceiro entrevistado na série de sabatinas do Jornal Nacional, da TV Globo. As notícias de bastidores geraram a expectativa da volta do “Lulinha paz e amor”. Este, no entanto, não compareceu à entrevista.

O Lula que esteve presente, de rosto vermelho, mostrou certo nervosismo e uma pitada de ressentimento com a emissora, mas se saiu bem nas respostas.

A maior parte das perguntas, e também das respostas, foram mais focadas no passado do que no futuro. Questionado sobre corrupção e pressionado para assumir que houve casos nos governos em que presidia o Brasil, Lula manteve o foco em ressaltar a criação de órgãos de fiscalização durante as gestões petistas. Sérgio Moro, apesar do esforço para aparecer ao longo do dia, sequer foi citado pelo petista.

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Ao tratar do tema da corrupção, Lula cutucou a emissora e a imprensa de forma geral, dizendo que, no Brasil, pessoas foram condenadas por manchetes de jornal. Contrário à tendência bolsonarista de se irritar com mulher, o petista parecia mais calmo quando respondia às perguntas de Renata Vasconcellos que de Willian Bonner.

O ex-presidente não mostrou tranquilidade, mas moderação. Citou os feitos da economia como forma de tentar provar que tem capacidade de recuperar o Brasil diante da situação atual. Evitou falar sobre indicações baseadas em lista tríplice e recorreu, novamente, ao passado, lembrando que fez outras escolhas com base nos três nomes indicados.

Criticado com frequência por esconder Dilma Rousseff, sucessora escolhida por ele, Lula exaltou a ex-presidente, em especial pela gestão feita na Casa Civil quando ele era o presidente. Fez “mea-culpa” por erros econômicos de Dilma, mas imputou responsabilidade também ao ex-deputado Eduardo Cunha e a Aécio Neves.

Quem também ganhou elogios foi Geraldo Alckmin: Lula negou que ainda haja resistência a ele dentro do PT.

Lula aproveitou também o espaço para fazer críticas duras a Jair Bolsonaro, diretas e indiretas. De forma sutil, citou o educador Paulo Freire. De forma bem menos sutil, disse que o atual presidente parece um “bobo da corte” e declarou que Bolsonaro não manda no país, porque quem detém o poder sob o orçamento secreto é o presidente da Câmara, Arthur Lira.

O petista não foi questionado sobre fome, apenas sobre o papel do MST em um eventual governo. Ainda assim, cavou espaço para citar a “picanha e a cervejinha”, argumento repetido desde o princípio da pré-campanha.

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SABATINA DO JORNAL NACIONAL

O Jornal Nacional, da TV Globo, realiza tradicionalmente a sabatina de perguntas com os candidatos à Presidência da República mais bem colocados nas pesquisas eleitorais.

A condução dos questionamento é feita pelos apresentadores do Jornal Nacional: William Bonner e Renata Vasconcellos. As entrevistas ocorrem nos estúdios da Globo no Rio de Janeiro.

A sabatina pela qual os candidatos serão submetidos é considerada fundamental por estrategistas das campanhas, que veem uma boa possibilidade de conseguir “furar a bolha” e expor suas ideias no telejornal de maior audiência do país. As sabatinas do Jornal Nacional preveem 40 minutos de participação de cada candidato.

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