O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, na manhã desta quarta-feira (31/5), com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. No encontro, de cerca de duas horas, os líderes repercutiram as questões levantadas na reunião sul-americana, além de outras agendas ligadas à política regional e proteção da Amazônia.
Petro desembarcou no Brasil no início desta semana, para participar da Cúpula de presidentes da América do Sul, que ocorreu nessa terça-feira (30/5), no Palácio do Itamaraty. Além do colombiano, Lula teve agendas bilaterais com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e com o chefe de Estado da Argentina, Alberto Fernández.
Petro confirmou que voltará ao Brasil para a reunião dos países amazônicos em Belém, no mês de agosto. Lula, por sua vez, lembrou que os dois também se encontrarão no Fórum de debates científicos sobre a Amazônia em Letícia, cidade na fronteira com a Colômbia, em julho.
Continua depois da publicidade
Os presidentes também conversaram sobre a necessidade de mobilizar esforços conjuntos contra delitos ambientais e o crime organizado na região, combatendo madeireiros, atividade garimpeira ilegal, grileiros e narcotraficantes. Petro também informou a Lula que o Brasil será homenageado na Feira do Livro de Bogotá de 2024.
A agenda, no entanto, precisou ser interrompida para a conversa por telefone agendada entre o mandatário brasileiro e o papa Francisco.
Lula registrou o encontro nas redes sociais.
Veja:
Cúpula sul-americana
Lula foi anfitrião de um encontro de cúpula nesta terça (30/5) que recebeu outros 10 chefes de Estado em Brasília e falou de metas ambiciosas, como a criação de moeda para o continente negociar com o resto do mundo. No entanto, a presença de Nicolás Maduro e a defesa pública que o petista fez do mandatário venezuelano se tornaram o assunto principal e fonte de desacordo entre líderes vizinhos.
Um dia antes da cúpula dos chefes de Estado, na segunda (29/5), Lula recebeu Maduro para um encontro bilateral no Palácio do Planalto e minimizou as denúncias de violação dos direitos humanos na Venezuela. Para o presidente brasileiro, Maduro e seu regime seriam vítimas de uma “narrativa” sobre ausência de democracia.
A defesa aberta de Lula ao venezuelano incomodou parte dos presidentes convidados para o encontro do dia seguinte. A voz mais dura a se levantar contra o discurso do brasileiro foi a do mandatário do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que transmitiu pelo Instagram as críticas a Lula feitas em reunião fechada no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Lacalle Pou não chegou a citar o nome de Lula, mas disse que ficou “surpreso quando se falou que o que acontece na Venezuela é uma narrativa”.
O outro presidente a levantar a voz contra a fala de Lula, porém, é de esquerda, como o brasileiro: o chileno Gabriel Boric. Na mesma reunião que tinha apenas os chefes de Estado do continente, Boric afirmou que é “impossível fazer vista grossa para as violações de direitos humanos na Venezuela”.
As falas de Lacalle Pou e Boric fizeram pesar o clima na reunião e esfriaram a ideia de Lula de reviver um organismo multilateral entre os países sul-americanos, como foi a Unasul, vigente em seus mandatos anteriores e sepultada definitivamente na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Propaganda