POLÍTICA
Lula diz que Nísia é ministra “do presidente” e não é “trocável”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na manhã desta sexta-feira (14/7), durante sanção do programa Mais Médicos, que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é escolha pessoal do presidente, e não “é trocável”. O mandatário ainda elogiou o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável por indicar a ex-chefe da Fundação Oswaldo Cruz.
“Foi o Padilha, que sonhava em voltar a ser ministro da Saúde, que trouxe a Nísia para conversar comigo. Estamos em um período em que o Congresso Nacional entra em férias, e todo dia eu leio no jornal trocas de ministros. Tem ministros que não são trocáveis, que são da escolha pessoal do presidente. A Nísia não é ministra do Brasil, é minha ministra”, afirmou Lula.
“Portanto, ela tem uma função a cumprir e sabe que a única perspectiva que ela tem de sair é se ela não cumprir a função correta dela. Ela sabe”, reforçou.
O Ministério da Saúde foi uma das pastas apontadas como possível alvo de troca, em virtude de acordos para agradar ao Congresso Nacional, assim como os ministérios do Turismo, dos Esportes e do Meio Ambiente. Logo que a possibilidade foi ventilada, no entanto, Lula descartou movimentações na Saúde.
Escolhida a dedo por Lula, Nísia foi a primeira mulher a presidir a Fiocruz e a comandar o Ministério da Saúde.
Relação com o Congresso Nacional
Durante a fala, o presidente também mencionou a relação com o Congresso Nacional, sobretudo no que se refere ao diálogo para aprovar as pautas governamentais. Segundo o chefe do Executivo, o Planalto não tem o objetivo de ficar “brigando com deputado e senador”.
“Nossa relação com o Congresso também mudou. A gente não quer ficar brigando com deputado e senador. Senador não é subordinado ao presidente da República, para que as matérias enviadas sejam aprovadas. A gente tem de mandar e convencer de que aquilo é importante ser aprovado, e aceitar as mudanças deles”, pontuou Lula.
“Todo mundo sabe o quanto é importante essa relação civilizada e democrática. O Congresso pode ter o defeito que vocês quiserem, mas ele é a cara de vocês no dia da eleição. Não tem jeito”, completou.
A MP do Mais Médicos foi aprovada sem alterações no Senado Federal, em junho. Na Câmara dos Deputados, porém, a matéria passou com uma alteração batizada de “emenda anti-Cuba”. O trecho proibiu o repasse de parte do salário dos médicos estrangeiros aos governos de seus respectivos países.