POLÍTICA
Lula diz ser amante da democracia e justifica: ‘homens são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres’
Em meio a cerimônia feita em alusão aos dois anos das invasões de 8 de janeiro, nesta quarta-feira, 8, o presidente Lula (PT) se descreveu como um “amante da democracia” e explicou que é amante e não marido pois, na maior parte das vezes, “os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres”. Na plateia, o comentário causou risadas.
“Eu sou um amante da democracia. Não sou nem marido, eu sou amante, porque, na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres. Eu sou um amante da democracia e conheço o valor dela”, disse Lula, em trecho improvisado do discurso.
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No discurso feito pela manhã, o chefe do Executivo destacou a importância da democracia: “Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui mulheres e homens de diferentes origens, crenças, partidos e ideologias unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer em alto e bom som: Ditadura nunca mais, democracia sempre. Estamos aqui para lembrar que, se estamos aqui, é porque a democracia venceu. Caso contrário, muitos de nós talvez estivéssemos presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado, e não permitiremos que aconteça outra vez”.
Lula também brincou com o apelido dado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a série de eventos nesta quarta-feira. Antes de iniciar o seu discurso no Salão Nobre do Palácio do Planalto, o chefe do Executivo agradeceu a presença das autoridades no local, incluindo o ministro do STF. “Eu queria fazer uma lembrança aqui. Eu tenho 79 anos de idade, já vivi muito. Vendo a ‘vida’ da Suprema Corte brasileira, eu nunca conheci um ministro que tivesse um apelido dado pelo povo, chamado Xandão”, brincou.
Ao ouvir a declaração do presidente Lula, Alexandre de Moraes deu risada. “É um apelido que pegou. Desse apelido você nunca mais vai se libertar, pode ficar certo. E não adianta ficar ‘nervoso’, que ninguém vai parar de te chamar de Xandão”, completou Lula.
Também estiveram presentes no evento, que aconteceu pela manhã no Salão Nobre do Palácio do Planalto, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, a vice-primeira-dama, Lu Alckmin, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, a segunda secretária da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, deputada federal Maria do Rosário, o presidente em exercício do Senado, senador Veneziano Vital do Rêgo, o ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski, entre outras autoridades.
Após a cerimônia, também foi feito um ato simbólico chamado “Abraço da democracia” na Praça dos Três Poderes e aberto ao público. O presidente desceu a rampa do Palácio do Planalto com outras autoridades e, juntos, formaram um círculo de mãos dadas ao redor da palavra “democracia”, que estava escrita com flores no chão.