Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

POLÍTICA

Lula indica que vai comprar briga grande em escolhas para o STF e PGR

Publicado em

Foto: Adriano Machado/Reuters

Entre as escolhas mais arriscadas de Jair Bolsonaro em sua gestão estão escolha, a dedo, de um procurador-geral da República fora da lista tríplice das eleições do Ministério Público e de dois ministros do Supremo Tribunal Federal selecionados pelo critério da simpatia.

Os três mostraram defensores caninos da pauta bolsonarista em seus postos.

Continua depois da publicidade

Houve gritaria e má repercussão antes, durante e depois das escolhas. Nada que impedisse as pretensões eleitorais de Bolsonaro em outubro de 2022.

Foi-se o tempo em que desgaste no noticiário e brigas com setores-chave da sociedade, inclusive procuradores, causavam estragos nos cascos políticos mais portentosos.

Continua depois da publicidade

Pela ótica do pragmatismo, Bolsonaro mostrou que estava certo em não temer.

Sabia que poderia colocar o demônio na PGR que ele não tiraria um único voto já destinado a ele entre os eleitores antipetistas. E vice-versa: nem que colocasse um beato na chefia do Ministério Público o presidente conseguiria arregimentar um mísero apoio de eleitores petistas mais fervorosos, política e religiosamente.

Bolsonaro criou jurisprudência e Lula, ao que indicou em sua entrevista à BandNews, na quinta-feira (2), deve seguir pela mesma trilha aberta mata adentro.

Continua depois da publicidade

O petista parece imaginar que, mantidas as condições das últimas eleições, não perderá nem ganhará votos se repetir o antecessor na escolha de postos-chave que, anteriormente, obedeciam a outras liturgias.

A lista tríplice do MPF era, no fim das contas, uma formalidade. Historicamente escolhia-se o primeiro colocado num sinal de independência. Até quando o primeiro colocado da disputa interna resolvia fazer da vida do presidente um inferno.

Continua depois da publicidade

A escolha fora desse critério não é ilegal. Também não é moral, mas isso são outros 500.

Bolsonaro, verdade seja dita, não foi o primeiro a escolher seu Advogado Geral da União para o Supremo.

Antes dele Lula e Fernando Henrique Cardoso fizeram o mesmo. No caso de Lula, que ungiu Dias Toffoli, não se pode dizer sequer que ele não deve se arrepender.

Continua depois da publicidade

A diferença é que o critério, sob Bolsonaro, foi a fé do escolhido.

Lula quer ir além.

Estuda colocar no STF o seu advogado particular.

“Todos compreenderiam”, aposta Lula.

Continua depois da publicidade

Talvez não compreendam. Mas ainda assim seus eleitores não deixariam de votar nele se do outro lado estiver Bolsonaro. E vice-versa.

A dinâmica da última eleição mostrou que os candidatos já não precisam manter a popularidade em dia para chegar ao pleito em condições de disputa.

Basta não perder tempo buscando voto onde não conseguirá e manter a base unificada diante do inimigo comum. Se tiver retaguarda onde poderia ser investigado, melhor.

Feito isso, restaria “só” obter apoio daquela coluna do meio que não se apega a um ou outro candidato, e sim à situação econômica, e volante, do país.

É essa trincheira que parece queimar as pestanas do atual presidente.

Isso explica a batalha travada em torno dos juros e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O ataque, assim denominado, à autonomia da instituição pode render manchetes nada abonadoras para o petista. Mas também não são capazes de mudar as convicções dos eleitores mais fiéis na hora H.

O que Lula precisa é fazer andar a economia, que cresceu 2,9% no ano passado mas já dá sinais de que perdeu o fôlego. Isso sim pode mudar o jogo.

Continua depois da publicidade
Propaganda
Advertisement