Lula lembra Lava Jato, diz que Bolsonaro ‘fugiu como rato’ e ‘tem que pagar’ por tentativa de golpe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a um “rato” e sua postura frente ao julgamento da suposta trama golpista durante discurso nesta quinta-feira, 24, em Minas Novas (MG), durante evento de anúncios do governo federal. Lula ainda relembrou a Operação Lava Jato e se usou como exemplo ao ex-mandatário. A declaração aconteceu no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) descartou a prisão preventiva de Bolsonaro por possível descumprimento de medidas cautelares.

Lula iniciou a fala sobre Bolsonaro lembrando a decisão dele de não participar da passagem de faixa presidencial em 2023. “O cara que tentou dar o golpe, para não dar posse para mim, não teve coragem de me esperar, fugiu como rato foge. Fugiu”, disse.

Pagar ‘pelo que fez’

Em seguida, Lula tocou no conflito atual entre Brasil e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou sanções ao País utilizando os processos judiciais em curso contra Bolsonaro como uma das justificativas.

“Agora, fez a bobagem que fez, mandou o filho dele sair de deputado federal e ir para Washington pedir para que o presidente Trump intervenha no Brasil. É uma vergonha. Isso é uma falta de cárater. É falta de coragem. Fez as merdas que fez, pague pelas merdas que fez”, afirmou Lula.

Comparação

O presidente emendou falando sobre a sua experiência com a Lava Jato, sem citar diretamente a operação. Lula disse que não fugiu e, como consequência, passou 580 dias preso.

“Foram na minha casa, na casa dos meus cinco filhos, quebraram televisão, tiraram fogão para ver se tinha dinheiro. Não encontraram nada, mesmo assim mandaram me prender. Tinha gente que me mandava ir para o exterior, ir para embaixadas. Eu dizia ‘Um cara que não morreu de fome até os 5 anos de idade e sobreviveu, não vai correr não. Eu vou provar a minha inocência'”, afirmou Lula.

Antes, o presidente deixou uma crítica à Lava Jato. Para o petista, a operação causou a perda de “mais de 4 milhões de empregos” e “acabou com todas as empresas de engenharia civil nesse país”.

Depois, Lula ainda comentou que foi lhe dada a possibilidade, já na prisão, de fazer um acordo e ir para casa usando tornozeleira eletrônica. O presidente brincou e disse que não usaria o instrumento “porque não era pombo correio”.