POLÍTICA
Lula minimiza reestruturação de ministérios proposta por Congresso: “Não pode se assustar com a política”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou nesta quinta-feira, 25, as mudanças aprovadas por comissão do Congresso Nacional na estrutura da administração do governo, dizendo que “começou o jogo”.
O chefe do Executivo comentou o assunto durante encontro com empresários da indústria na Fiesp, em São Paulo. “Vamos conversar com o Congresso e fazer a governança que precisamos fazer. O que não pode é a gente se assustar com a política. Toda vez que a população se assusta com a política, o resultado é sempre o pior. É com a política que resolvemos todos os problemas do País”, acrescentou.
Na quarta-feira, 24, a comissão mista do Congresso aprovou parecer da medida provisória editada por Lula com o desenho do governo, mas o texto passou por modificações que esvaziaram principalmente as prerrogativas do Ministério do Meio Ambiente, de Marina Silva.
Nesta quinta-feira, a ministra reagiu à aprovação do texto da Medida Provisória e falou em “resistir” à situação, comparando o cenário atual ao de um violinista que permanece tocando em um concerto após as cordas de seu instrumento estourarem e, mesmo assim, encanta a plateia.
A perda de atribuições do Ministério do Meio Ambiente se deu após Marina vencer um cabo de guerra com a Petrobras e o Ministério de Minas Energia e conseguir emplacar decisão do Ibama que impede a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. A atividade exploratória era interesse da estatal petroleira e de políticos da região ligados ao governo, como David Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, que deixou o partido Rede num gesto de ruptura com a ministra após sucessivas crises.
Diante da crise, o presidente Lula convocou para sexta-feira, 26, uma reunião com Marina Silva e Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, para discutir a Medida Provisória (MP) da reestruturação dos Ministérios. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom). (*Com informações do Estadão Conteúdo e Reuters)