POLÍTICA
Lula sobe o tom em reunião ministerial e cobra pressa nas nomeações já negociadas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom e cobrou de seus ministros, em reunião nesta quinta-feira (15/6), que “apoiem” o responsável pela articulação política, Alexandre Padilha, no cumprimento de compromissos feitos com parlamentares e que estão empacados, como a nomeação para cargos em ministérios e empresas estatais. A cobrança ocorre em meio à dificuldade do governo para estruturar uma base mais sólida no Congresso Nacional.
“O presidente reiterou para que todos apoiem e ajudem o ministro Padilha a materializar compromissos, porque tem cargos negociados que ministérios ainda não colocaram no sistema, e o presidente pediu para isso ser feito o mais breve possível”, disse o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Ainda segundo Costa, “o mesmo vale para a relação parlamentar”, pois há cobranças de deputados e senadores para serem recebidos nos ministérios e para acompanhar agendas de ministros nos estados. “[Lula] pediu que as assessorias parlamentares atuem com atenção para, com o ministro Padilha, azeitar essa relação”, disse o ministro.
Rui Costa falou com a imprensa após reunião ministerial no Palácio de Planalto que durou pouco mais de nove horas, nesta quinta-feira (15/6). Na conversa, o presidente também cobrou dos auxiliares ações para tentar levar o governo para um novo momento e ter mais organização, principalmente na comunicação. Já os ministros falaram sobre o que já fizeram e sobre o que planejam para os próximos meses.
O ministro adiantou também promessas que foram feitas pelos colegas, como a de lançar um programa para levar internet de banda larga para todas as escolas públicas do país, incluindo as rurais, até o fim da gestão, em 2026.
Reunião ministerial
Dos 37 ministros e ministras, só Marina Silva, do Meio Ambiente, não participou, pois teve um problema de dores na coluna e chegou a ficar internada. Esteve presente a ministra Daniela Carneiro, do Turismo, que está de saída do cargo devido a cobranças do partido que a indicou, o União Brasil, por uma troca.
“A reunião ministerial de hoje é para começar o segundo passo do nosso governo. Até agora, estávamos remontando políticas públicas. Falta só o lançamento do Luz Para Todos e Água Para Todos”, disse Lula, no início do evento. “É importante que vocês digam o que foi feito e das dificuldades. Digam quais são os próximos passos, porque temos que lançar agora, no próximo dia 2 de julho, o programa de desenvolvimento, o PAC 3”, seguiu o presidente, falando aos ministros.
“Que a gente possa sair daqui com a certeza de tudo aquilo que vamos fazer até 31 de dezembro de 2026. Nesse governo não haverá política de ministro, serão políticas de governo. Um ministro não pode começar a discutir uma proposta sem discutir com a Casa Civil. É assim que funciona um governo sério. Nós vamos tentar estabelecer o que vamos fazer daqui pra frente e comunicar a imprensa do que está sendo feito. Nada será escondido, nem as dificuldades. Tudo aquilo que fizermos, vamos tornar público. Queremos uma relação dos ministros com a Secom”, completou o presidente, dando um dos principais recados da reunião: a comunicação do governo precisa ser centralizada na pasta de Paulo Pimenta, a Secretaria de Comunicação, e precisa melhorar.