Acompanha Lula na viagem à China uma comitiva formada por 19 deputados, sete senadores, cinco governadores e sete ministros – entre eles o da Fazenda, Fernando Haddad, e a do Meio Ambiente, Marina Silva. Para a viagem a partir do Brasil, o grupo foi dividido em dois aviões da frota presidencial.
Uma parte menor viajou com o presidente no Airbus comprado por ele em sua primeira passagem pelo Planalto – a aeronave é menor, tem menos autonomia, mas internamente tem configuração bem mais confortável para viagens longas e é preferida do presidente. A maioria foi acomodada em um segundo avião, que segue o principal.
Grupo restritíssimo
A comitiva deve acompanhar Lula em apenas uma parte da programação. Nos encontros oficiais com as autoridades chinesas, por exemplo, apenas um restritíssimo grupo de pessoas poderá ir junto – é o caso da reunião com Xi Jinping, na sexta, em Pequim.
No Banco dos Brics, a turma toda estará presente. Após a solenidade, Lula terá encontros reservados com dirigentes da instituição e, em seguida, ele e a comitiva participam de um almoço com Dilma. Ainda no banco, há previsão de Lula e a ex-presidente darem uma entrevista coletiva.
À tarde, o presidente visitará a gigante de tecnologia chinesa Huawei. Será recebido pelo CEO da companhia, Hua Liang. Executivos do braço da empresa que atua no Brasil estão na China para participar do compromisso.
Durante a visita, a Huawei apresentará ao presidente soluções tecnológicas que desenvolve em diversas áreas, entre elas as de saúde, segurança e telecomunicações – integram a lista inovações relacionadas à internet 5G e 6G.
A empresa chinesa é motivo constante de estresses entre Pequim e Washington. Os Estados Unidos a baniram do país acusando-a de atuar a serviço dos interesses do governo chinês, fazendo espionagem eletrônica.
Ainda em Xangai, Lula se reunirá no hotel com os presidentes das companhias chinesas CCCC, do ramo de comunicações, e BYD, fabricante de carros elétricos que o governo brasileiro quer que assuma a fábrica que a Ford fechou na Bahia.
Também na quinta, o presidente dará uma entrevista exclusiva para o canal de notícias CGTN, do governo chinês. A entrevista ao jornalista Wang Guang, apresentador do programa Leaders Talk, será gravada e nem o governo brasileiro sabe ainda quando irá ao ar.
A agenda em Xangai será encerrada com um encontro seguido de jantar com o secretário-geral do Partido Comunista Chinês na cidade, Chen Jining.
Em Pequim
No fim do dia, Lula partirá para Pequim, onde na sexta começa o dia recebendo mais um empresário, o CEO da State Grid, que na ocasião deve anunciar investimentos vultosos no Brasil, de acordo com o Palácio do Planalto. A empresa atua no ramo de energia.
Ainda pela manhã, Lula se encontrará no Grande Palácio do Povo com o líder do congresso chinês, Zhao Leji. Depois, na Praça da Paz Celestial, depositará flores no túmulo dos Heróis do Povo, um monumento a personalidades da revolução comunista chinesa.
À tarde, ele retorna ao Palácio do Povo para uma reunião com o primeiro-ministro, Liang Qing. Depois tem o esperado encontro com o presidente Xi Jinping, que está marcado para as 16h45, logo após uma cerimônia de recepção na frente do complexo, diante das câmeras – o encontro em sim, terá só a parte inicial aberta para registro, ainda assim por uma grupo restrito de profissionais de imagem. O encontro entre os presidentes será encerrado com um banquete oferecido por Xi Jinping, ainda no fim da tarde – os chineses têm o hábito de jantar cedo. Não haverá declaração conjunta.
À noite, Lula deve dar uma entrevista coletiva na embaixada do Brasil em Pequim e, depois, participará de uma recepção oferecida pelo embaixador Marcos Galvão. O retorno ao Brasil está programado para as 9 horas da manhã de sábado, no horário da China.