Apesar de não ter agendas oficiais no feriado da Semana Santa, o presidente coordena os preparativos para o evento que vai marcar os primeiros 100 dias de seu governo, na próxima segunda-feira (10/4).
De São Paulo, na noite desta quinta, o presidente deverá ainda falar com telefone com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Na conversa, deverá ser formalizado o convite para que o petista participe da próxima reunião do G7, marcada para Hiroshima, no Japão, entre os dias 19 e 21 de maio.
O G7 reúne as maiores economias do mundo (Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Japão, Canadá, França e Itália) e os eventos desse grupo costumam ter países convidados. Este ano, o convidado deve ser o Brasil e é a primeira vez que isso ocorre desde 2008, quando Lula também era o presidente do país.
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Taxa de juros e inflação
Mais cedo nesta quinta, Lula participou de um café com jornalistas e falou sobre diversos assuntos, com destaque para a economia brasileira. O chefe do Executivo federal questionou a meta de inflação no Brasil e voltou a criticar a taxa de juros no país, atualmente em 13,75%, a qual chamou de “humanamente impossível”.
“Não sei se foi a partir de algum de vocês [jornalistas], mas esses dias eu li uma frase, que eu não sei se foi dita pelo presidente do Banco Central, que, para atingir a meta de 3%, precisaria de juro de 20%. Não sei se foi verdade isso, mas, no mínimo é uma coisa não razoável. Porque se a meta (de inflação) está errada, muda-se a meta“, afirmou o presidente.
O presidente também desautorizou uma fala do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que o governo iria mudar a política de preços da Petrobras. Ele disse ter sido “pego de surpresa” pela declaração do ministro e ressaltou que a política de preços só passará por mudanças quando o presidente decidir.
“A política de preços da Petrobras será discutida pelo governo no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir a política de preços”, afirmou.
As falas de Lula tiveram impacto negativo nas negociações da Bolsa de Valores de São Paulo.
Esquecer Bolsonaro e Moro
No mesmo evento, o presidente Lula contou que tem sido orientado por seus ministros e auxiliares a parar de fazer declarações a respeito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Sergio Moro (União-PR).
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“O Pimenta [Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação] tem me orientado todo dia para não falar desses nomes que você falou. Por isso que eu não citei os nomes. Eu não tenho que falar nem da coisa, nem do coiso”, afirmou, dizendo ainda que “o bom senso me ensina” que ele deve ter o compromisso de falar apenas sobre o futuro desse país.
Em seus últimos discursos, seguindo essa orientação, o presidente tem se referido à gestão de Bolsonaro como “o governo anterior”.