POLÍTICA
Ministro da Defesa nega permissão para Maduro invadir Guiana através do Brasil
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta segunda-feira (11) que as Forças Armadas não vão permitir “em hipótese nenhuma” que o Exército venezuelano entre em território brasileiro para invadir a Guiana. De acordo com Múcio, a única forma de a Venezuela ocupar a Guiana é passando pelo Brasil, e isso não será permitido pelas Forças Armadas.”Eles só chegarão pela Guiana se passarem pelo território brasileiro, e nós não vamos permitir em hipótese nenhuma”, afirmou o ministro.
Ele afirmou que outra hipótese avaliada pela Defesa é a de uma invasão marítima. No entanto, de acordo com ele, essa estratégia é dificultada pela geografia da região da Guiana Essequiba, que é composta de florestas densas.
A intenção do governo brasileiro de impedir o uso do território brasileiro como local de passagem para um eventual tentativa da Venezuela de invadir a Guiana cria uma dificuldade logística para as tropas de Maduro, por conta das características da região.
Múcio disse que o Brasil não se envolverá em um eventual conflito e que as Forças Armadas brasileiras vão reforçar o efetivo em Roraima, próximo à fronteira com a Guiana e a Venezuela. O ministro da Defesa afirmou que o reforço de veículos do Exército no local já estava planejado, mas que a ação foi adiantada para evitar “qualquer problema” na tensão diplomática que ocorre na região.
O Exército enviou 20 blindados a Roraima depois que Nicolás Maduro anunciou o resultado do plebiscito que chancela a anexação de um terço do território da Guiana pela Venezuela. Os veículos partiram de Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
“O Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma. O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] dá consciência disso, e nós já reforçamos. Já era ideia nossa reforçar Roraima, porque Roraima tem o problema dos índios, problema dos garimpeiros, problema de drogas, problema de todo mundo. Evidentemente que precipitamos e estamos aumentando o contingente lá em um tempo mais curto para evitar qualquer problema”, disse o ministro da Defesa.
Um encontro entre Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas, foi marcado após um telefonema de Lula para o ditador venezuelano. O encontro ocorrerá na próxima quinta-feira (14). O o chefe da assessoria especial da Presidência, Celso Amorim, foi escalado pelo governo brasileiro para acompanhar a reunião.