POLÍTICA
Moraes autoriza ida de Bolsonaro a hospital dois dias após fim de julgamento

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a ida de Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar, a um hospital de Brasília (DF) no próximo domingo, 14, dois dias após a última sessão prevista para o julgamento da Ação Penal (AP) 2668, que apura tentativa de golpe de Estado e tem o ex-presidente como um dos réus. A decisão foi divulgada na tarde desta quarta-feira, 10
Moraes, que é relator do caso e responsável por decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro no início de agosto passado, acatou um pedido protocolado pela defesa na última segunda-feira, 8.
Na ocasião, os advogados pediram autorização para que o ex-presidente se desloque até o Hospital DF Star no próximo domingo, 14, quando estão agendados procedimentos descritos como ‘exérese e sutura de hemangioma, linfangioma ou nevo’ (retirada de pequenas lesões ou manchas de pele).
Moraes deferiu o pedido, destacando que a defesa de Bolsonaro deverá apresentar atestados de comparecimento, com prazo de 48 horas após o fim dos procedimentos médicos. A escolta do ex-presidente deverá ser realizada pela Polícia Penal do Distrito Federal.
O ministro ainda ressaltou que, conforme os termos que deferiram a prisão domiciliar de Bolsonaro, haverá revistas no interior e no porta-malas de todos os veículos que saírem da casa do ex-presidente.
Essa ordem, por sinal, foi alvo de críticas de Michelle Bolsonaro. Neste manhã, a ex-primeira-dama criticou Moraes após precisar levar seu fusca para a oficina e ter o veículo revistado.
Nesta quarta-feira, a Primeira Turma do STF dá continuidade ao julgamento da Ação Penal 2668. Relator da ação, Moraes afastou as alegações das defesas e votou pela condenação dos oito réus do ‘núcleo crucial’ da trama golpista. Ele foi seguido por Flávio Dino, que destacou menor importância para as participações dos réus Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira nos crimes.
O ministro Luiz Fux, que profere seu voto no plenário, já defendeu a anulação do julgamento, alegando incompetência do STF para julgar o caso. Depois dele, votam Cármen Lúcia e, por fim, Cristiano Zanin.
O julgamento, por sua vez, tem data marcada para acontecer até a próxima sexta-feira, 12.
