POLÍTICA
Moraes autoriza internação e cirurgia de Bolsonaro no Natal

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a internação e realização do procedimento cirúrgico de Jair Bolsonaro (PL) no período do Natal. A decisão foi publicada nesta terça-feira, 23, após solicitação da defesa do ex-presidente, que cumpre pena após condenação por tentativa de golpe de Estado.
Conforme o despacho, Bolsonaro será internado no Hospital DF Star no dia 24 de dezembro, e a cirurgia está marcada para 25 de dezembro, atendendo à solicitação dos advogados. Segundo a defesa, a internação amanhã servirá para que o ex-presidente “possa ser submetido aos exames necessários e preparatórios ao procedimento cirúrgico”.
A decisão do ministro, no entanto, prevê medidas de segurança rigorosas, com transporte e vigilância realizados pela Polícia Federal, incluindo:
Transporte discreto do custodiado pela Polícia Federal, com desembarque nas garagens do hospital;
Contato prévio da Polícia Federal com o diretor do Hospital DF Star para definir os termos e condições da internação;
Vigilância completa durante toda a internação, com segurança 24 horas e pelo menos dois policiais federais na porta do quarto;
E proibição de dispositivos eletrônicos no quarto, exceto equipamentos médicos, garantindo sigilo e proteção.
Moraes também autorizou a presença da esposa de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, como acompanhante durante toda a internação, enquanto outras visitas dependerão de autorização judicial prévia.
Perícia da PF confirmou necessidade de cirurgia
A cirurgia de Bolsonaro para a correção de uma hérnia inguinal bilateral foi indicada pela equipe médica do ex-presidente e confirmada por uma perícia da Polícia Federal.
A PF encaminhou, na sexta-feira, 19, a Moraes um laudo médico que apontou a necessidade do procedimento. Segundo os peritos, Bolsonaro apresenta, ainda, quadro de soluços persistentes e insônia. Eles também destacaram que, em relação ao quadro de soluços, outro procedimento, o bloqueio do nervo frênico, é considerado “tecnicamente pertinente”.
“Quanto à tempestividade do procedimento, esta Junta Médica entende que deve ser realizado o mais breve possível, haja vista a refratariedade aos tratamentos instituídos, a piora do sono e da alimentação, além de acelerar o risco das complicações do quadro herniário, em decorrência do aumento da pressão intra-abdominal”, concluiu o laudo.
A perícia médica foi realizada na quarta-feira, 17, na sede do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. O exame foi determinado por Moraes no âmbito do acompanhamento das condições de saúde do ex-presidente, após pedidos da defesa para a realização de uma avaliação médica. A defesa de Bolsonaro tem solicitado que ele seja transferido para o regime domiciliar em razão de seu quadro de saúde.








