POLÍTICA
Moraes autoriza que Bolsonaro receba visita de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, em prisão domiciliar

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a visita de Valdemar Costa Neto, o presidente do Partido Liberal (PL) a Jair Bolsonaro, que segue em prisão domiciliar. Conforme decisão, divulgada nesta sexta-feira, 15, a visita deve acontecer na última quinta-feira do mês, dia 28, entre 10h e 18h.
Valdemar Costa Neto foi citado na lista de pessoas apontadas pelo ex-presidente como “imprescindíveis tanto à sua saúde quanto à integridade física”, ao solicitar o recebimento de visitas no início do mês.
Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde o último dia 4, após ter violado medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — referentes ao inquérito que investiga seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). No caso, Eduardo é investigado por articulações nos Estados Unidos, com o governo Trump, que estariam instigando sanções contra autoridades brasileiras. Jair Bolsonaro é visto como participante desta trama e, por isso, se tornou alvo.
Os primeiros dias do ex-presidente dentro de sua casa, em um condomínio de alto padrão em Brasília, contaram com visitas de parentes, amigos e aliados. Segundo pessoas que estiveram com ele, ele tem se sentido frustrado, estando abatido e chateado. À Folha de S. Paulo, uma pessoa ouvida sob condição de anonimato disse que Bolsonaro está com sinais de depressão.
Além disso, Bolsonaro teve crises de soluço, condição que já existia antes da prisão domiciliar e que continua causando incômodos. O problema impede que ele fale, durma e pode levar a vômitos ocasionalmente. Ele está fazendo tratamento para refluxo, segundo o médico Leandro Echenique, que foi autorizado por Moraes a acompanhá-lo em casa.
Os soluços não teriam relação com a prisão domiciliar, segundo o médico, já que isso já aconteceu com o ex-presidente em outros pós-operatórios – mas os períodos de crise eram menores.
O quadro de saúde de Bolsonaro é um dos argumentos dos aliados para evitar que ele seja preso em uma penitenciária, especialmente em caso de condenação à prisão após o julgamento da trama golpista pelo STF — que corre em paralelo ao inquérito que levou Bolsonaro à prisão domiciliar. Esse julgamento foi marcado para o dia 2 de setembro.