Moraes autoriza visita de relator da anistia a Bolsonaro em prisão domiciliar

Brasília, DF – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu autorização para que o ex-presidente Jair Bolsonaro receba a visita do deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE), relator do projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O encontro está agendado para o dia 22 de setembro.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por determinação do ministro Moraes. As visitas ao ex-presidente foram restritas a familiares e aliados, que necessitam de autorização do STF para realizar os encontros.

Além de Valadares, Moraes também autorizou as visitas de outros aliados de Bolsonaro, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o deputado federal Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), os senadores Wilder Morais (PL-GO) e Rogério Marinho (PL-RN), e o ex-ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida. O ministro também permitiu a visita de amigas de Michelle Bolsonaro para reuniões domiciliares de um grupo de oração.

As medidas de restrição de visitação e de prisão domiciliar foram impostas a Bolsonaro após o ministro entender que o ex-presidente utilizou as redes sociais de seus filhos para burlar a proibição de usar as redes sociais, inclusive por meio de terceiros.

As medidas cautelares foram determinadas no âmbito do inquérito que investiga o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e o próprio Bolsonaro por supostamente atuarem junto ao governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo, incluindo o cancelamento de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky.

Na semana passada, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e outros sete réus na ação penal da trama golpista pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado, por 4 votos a 1.