Nesta fase foi ouvido o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos do Acre (Sindcol), Aluízio Abade, que também é administrador e procurador das empresas Viação São Judas Tadeu e Via Verde, que operam na Capital, e o presidente da União de Moradores das Associações de Rio Branco (Umarb), Jorge Wendeson Vieira Cavalcante.
Além da presidente da Comissão, vereadora Michelle Melo (PDT), os vereadores Fábio Araújo (PDT), que é vice-presidente da CPI, e Lene Petecão (PSD) também participaram da condução os trabalhos.
Em sua primeira fala, Aluízio, que preside o Sindicol e duas das três empresas que operam em Rio Branco há 7 anos, disse que durante sua gestão, a Capital viveu o melhor momento do transporte público com “a renovação de 100% da frota, aumento significativo de carros nas ruas, que passou de 120 para 180, infelizmente a pandemia afetou, juntamento com o surgimento de novas alternativas de transportes como Uber e táxi compartilhado, uma concorrência desonesta, já que é um transporte que não paga imposto e trouxe esta decadência”, disse.
O administrador falou sobre o Projeto de Lei (PL) da Prefeitura de Rio Branco que estabelece o repasse de subsídio financeiro de R$ 2,4 milhões para as empresas de transporte coletivo na Capital, afirmando que ele já existe e é pago pelo usuário, mas considera o PL ‘perigoso’. “O prefeito está apostando que com a tarifa social mais barata, vamos atrair mais usuários, mas se não combater o Uber, o táxi compartilhado, o clandestinos ou pirangueiros esse transporte não vai ter evolução nenhuma. Então fechar uma tarifa de R$ 3,50, com subsídio da gratuidade com antecipação desse dinheiro para pagar uma dívida por causa da pandemia e deixar de receber daqui para frente, preocupa também o futuro. Eu acho perigoso antecipar receita e depois ficar sem ela”, alertou.
A vereadora Lene Petecão (PSD) questionou Aluízio sobre a atual situação do transporte. “Todo dia recebo reclamação de usuário”, dizendo que muitos aguardam até 2 horas por um ônibus e pediu que ele apresente as contas das empresas pois há pessoas que foram demitidas há anos e não receberam as rescisões.
Lene aconselhou Aluísio que se acredita que o uber e táxi compartilhado ‘agridem’ o transporte coletivo, que as empresas passem a ofertar um serviço melhor.
Aluízio admitiu que errou, que deixou de pagar funcionários e justifica as dívidas herdadas de outras empresas e afirma que a pandemia prejudicou o processo de judicialização de passivos trabalhistas. “Se precisar de documentação eu protocolo, pois temos o que podemos provar”, afirma.
Sobre o serviço prestado, se limitou a dizer que fazem o possível para “manter uma frota conservada, não é nova pois a capacidade de investimento fugiu da nossa mão”, afirmou detalhando as despesas que as empresas têm.