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POLÍTICA

“Não devo nada”, responde Maria do Carmo para vice de David citado na PF

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Maria do Carmo Seffair (Novo), vice-candidata do Capitão Alberto Neto (PL), que disputa a Prefeitura de Manaus no segundo turno das eleições, usou suas redes sociais nesta quinta-feira (10) para rebater as acusações de Renato Júnior, vice de David Almeida (Avante), no pleito. Renato Júnior acusou a empresária de não pagar o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), durante um debate na televisão na última quarta-feira (9). “Meu patrimônio construí em 50 anos, já o seu foi construído em 3 anos e meio. O senhor precisa ensinar essa técnica”, disse Maria. A empresária ainda aproveitou para dizer que prefere honrar os compromissos com os funcionários do que pagar um imposto que dobrou de valor e que ela precisou parcelar.

“Na minha casa fomos ensinadas a sempre dizer a verdade, sempre! Qualquer que fosse o preço a ser pago. Pois bem, ontem [quarta-feira (9)] no debate, ao questionar a citação do nome do candidato a vice-prefeito, Renato Júnior em um inquérito que o investiga por corrupção em fraude de licitações, eu tive como resposta um ataque de que as minhas empresas deviam IPTU na cidade de Manaus, como em um minuto, lá no debate não dava para falar a verdade dos fatos, eu vou fazer aqui em respeito aos milhares de eleitores da cidade de Manaus”, disse Maria do Carmo.

A empresária esclareceu que como pessoa física não devia nada e, que os débitos das empresas estavam todos parcelados.

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“Em primeiro lugar eu quero dizer que eu, Maria do Carmo, pessoa física, não devo nada e os débitos das nossas empresas estão todos parcelados e não chegam nem perto da quantia absurda lançada pelo candidato”.

A professora aproveitou o momento para demonstrar a indignação com o comportamento de David Almeida e Renato Júnior durante o debate que foi promovido pela TV Norte Amazonas.

“Seguindo os passos do mestre, David, passou o tempo todo fazendo cara de deboche, macaquice, trejeitos enquanto eu falava. Isso porque tem apreço e respeito pelas mulheres. Se fosse homem, ele teria sido mais cauteloso, nas caras e bocas, como aliás o seu patrão fez na costumeira arrogância enquanto o capitão [Alberto Neto] falava”.

Maria do Carmo aproveitou o questionamento sobre o IPTU para se solidarizar com a população manauara que foi surpreendida pelo aumento no valor do imposto a partir do ano de 2023. Inclusive, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), realizou no mês de agosto deste ano, um mutirão para criado para atender os contribuintes de Manaus. Cerca de 300 mil contribuintes que se sentiram prejudicados pelo aumento do imposto, considerado irregular por conta do descumprimento da legislação tributária.

“Aproveito que esse tema tenha sido trazido por ele [Renato Júnior], do IPTU, para me juntar aos milhões de empreendedores que literalmente vendem o almoço para comprar a janta. Trabalhando duro em um País que tem uma das mais altas cargas tributarias do mundo, onde o crédito é caríssimo e o apoio público mínimo. Aqui em Manaus, inclusive, como já se já não bastasse todos os escândalos do prefeito, viagens, jatinho, contrato milionário que paga a sogra, namorada, desvio de Fundeb, compra de tinta, que o prefeito tem feito na surdina. E, sem nenhum motivo dobrou o IPTU. Você viu isso no seu carne, né?”.

Os contratos milionários de que Maria do Carmo se referem estão relacionados a pagamentos a familiares de David Almeida denunciados pela mídia nacional e local.

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Segundo o site Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, uma produtora de audiovisual que recebe recursos da Prefeitura de Manaus pagou R$ 120 mil para a produtora cuja dona é Izabelle Fontenelle, noiva de David Almeida, candidato à reeleição. O agravante é que outra empresa que presta serviços para a Prefeitura também fez pagamentos parecidos à empresa de Lidiane Fontenelle, mãe da noiva de David, conforme divulgou a imprensa nacional, o que levou vereadores da Câmara Municipal (CMM) a defenderem a instalação da ‘CPI da Sogra’ para apurar o caso. Mas, as curiosas transações que envolvem a gestão de David Almeida não param por ai. Segundo a revista VEJA, a prefeitura gastou 2,4 milhões para contratar uma empresa ligada à família do genro do prefeito. Controlada por Edgard Lima Cordeiro, a Eleven da Amazônia celebrou sete contratos para fornecimento de carros ao governo municipal. Parte desses contratos foram assinados em regime emergencial, ou seja, sem licitação.

Ainda sobre o debate, eleitores de Manaus foram desafiados por Renato Júnior para ‘darem um Google’ no nome de Maria do Carmo, o que foi endossado por ela para que os eleitores o fizessem.

“O senhor Renato Júnior mandou dar um Google no meu nome, dê! Dê e veja a diferença do meu currículo e o que vai sair no dele. Ponha lá Renato Júnior, [Seminf]. O dele só fala de escândalos, Polícia Federal, fraude em licitação que ultrapassa R$ 130 milhões. O meu patrimônio declarado foi construído em 50 anos, mas o seu patrimônio saiu de 30 mil para 3 milhões em três anos e meio. O senhor precisa ensinar essa técnica. Hoje eu emprego mais de 4 mil funcionários que recebem em dia. A prefeitura não paga os médicos, não paga as pessoas que prestam serviços, só paga seus apaniguados*. O senhor deveria ter vergonha de ir à televisão acusar e mentir para enganar o eleitor”, concluí Maria do Carmo.

Sobre os escândalos que Maria do Carmo se refere, o ex-secretário de Infraestrutura (Seminf) Renato Júnior (Avante), foi mencionado pela Polícia Fedral (PF) no inquérito da ‘Operação Entulho’, que investiga fraudes em licitações relacionadas aos contratos das empresas de coleta de lixo Soma e Tumpex. O relatório da PF investiga possíveis fraudes ocorridas entre 2016 e 2022. A investigação aponta para irregularidades na movimentação de R$ 131,2 milhões, com base em crimes de sonegação fiscal ligados às empresas Soma e Tumpex, além de outras 31 empresas de fachada.

‘Amigão’ do prefeito de Manaus, Renato Junior, aumentou o patrimônio em 10.ooo% em 6 anos, ao totalizar R$ 3,11 milhões. Já David Almeida, o aumento em 4 anos, foi de 49%, com R$ 1,27 milhão segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM). Renato Junior saiu de R$ 30 mil, em 2018, para R$ 3,155 milhões, neste ano.

Já os bens de David Almeida cresceram 49% durante nos 4 anos de sua gestão a frente da Prefeitura de Manaus.

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